Polícia Civil do Rio prende policiais acusados de envolvimento com o jogo do bicho

01/06/2011 - 19h09

Da Agência Brasil

Rio de Janeiro - Um delegado, cinco policiais civis e um agente do Departamento do Sistema Penitenciário (Desipe) foram presos hoje (1º) acusados de envolvimento com o jogo do bicho, exploração de máquinas caça-níqueis, formação de quadrilha e corrupção passiva. A Operação Alçapão, desencadeada pela Corregedoria Interna da Polícia Civil e que contou com 170 agentes, teve o objetivo de cumprir dez mandados de prisão e 29 de busca e apreensão expedidos pela Justiça do estado para desarticular uma quadrilha de policiais corruptos.

Segundo a chefe da Polícia Civil, delegada Martha Rocha, uma mala com cerca de R$ 210 mil foi encontrada escondida em uma árvore na casa de um dos presos, identificado como Barreira. Os agentes também fizeram busca e apreensão na casa do ex-secretário de Segurança de Niterói Marival Gomes.

Segundo a polícia, Marival Gomes é suspeito de participar da quadrilha, mas contra ele não há mandado de prisão expedido. Os policiais também foram à casa do ex-presidente da Escola de Samba Unidos da Viradouro, Marcos Lyra, onde apreenderam uma máquina caça-níquel. Ele também é acusado de participar do esquema, mas não teve a prisão decretada.

A delegada Martha Rocha disse que a operação foi deflagrada com base em informações da própria polícia sobre o envolvimento de policiais civis de Niterói com pessoas ligadas ao jogo do bicho. “Quando assumi a chefia da Polícia Civil, chamei o delegado Gilson [Gilson Emiliano Soares, titular da Corregedoria Interna da Polícia Civil] para uma reunião e indaguei sobre as investigações que ele considerava mais complexas. Ele me disse que investigava a permissividade de policiais civis de Niterói com o jogo do bicho. Eu determinei: seja proativo. Não há território intocável para a Polícia Civil. Não desejo saber os alvos, só os resultados'", disse.

O corregedor Gilson Soares afirmou que o trabalho investigativo que desencadeou a operação de hoje começou há seis meses e teve o apoio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado do Ministério Público (Gaeco). Segundo ele, a quadrilha fazia a arrecadação de dinheiro do jogo do bicho e dividia entre os policiais civis para não reprimir a contravenção em Niterói.

 

Edição: Aécio Amado