Pescadores da Região dos Lagos ganham apoio do governo para expandir atividade

31/05/2011 - 18h04

Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil

Rio de Janeiro - As comunidades de pescadores e maricultores da Região dos Lagos, no Rio, ganharam hoje (31) equipamentos que permitirão reduzir o custo de produção e ampliar a qualificação da cadeia produtiva nas duas atividades, consideradas vocações naturais do estado.

Por meio do Ministério da Pesca, o governo federal entregou ao município de Cabo Frio uma fábrica de gelo para atender às comunidades de pescadores da região. A fábrica tem capacidade de produção de 3 toneladas diárias de gelo.

O superintendente do ministério no estado do Rio de Janeiro, Jayme Antunes, disse à Agência Brasil que o gelo representa o principal custo atualmente na atividade pesqueira. “Muitas vezes, o cara, quando vai para o mar, gasta em gelo e óleo diesel até 50% e 60% do custo de uma pescaria.”

O gelo produzido nas fábricas do Ministério da Pesca pode reduzir à metade o custo para o pescador, informou Tavares. “Esse gelo representa para o pescador uma economia formidável. Além disso, ele pode conservar o peixe por mais tempo”.

Os pescadores pagarão pelo produto, na fábrica, apenas o custo da água e da energia. “Isso vai melhorar muito a vida das pessoas que sobrevivem dessa atividade”, assinalou Tavares. Já foram beneficiados com esse equipamento outros municípios do estado do Rio de Janeiro, como Itaguaí e São Pedro da Aldeia.

A presidente da Associação dos Pescadores e Amigos da Gamboa, Eliezer Araújo, disse que a entrega da fábrica de gelo ao município “é um começo”. Ela observou, porém, que no verão a produção da fábrica não deverá ser suficiente para atender à demanda.

Eliezer destacou que a parceria do governo federal com a prefeitura de Cabo Frio tem ajudado muito a categoria. “Nosso objetivo é passar o gelo mais acessível para os pescadores”. A ideia, acrescentou, não é beneficiar apenas a associação da Gamboa, mas todos os demais pescadores da região.

Durante a solenidade, Tavares também entregou equipamentos para estimular a atividade da maricultura (cultivo de animais e plantas em águas salgadas) em Cabo Frio, Arraial do Cabo e Armação dos Búzios. Ao todo, oito maricultores receberam 470 boias amarelas de 33 litros, lanternas japonesas para a criação de ostras e coquilles (tipo de molusco conhecido como vieira), além de estruturas para fixar os sistemas de cultivo que usam cabos ancorados no fundo do mar e presos a boias flutuantes, conhecidos como long lines.

A presidente da Associação dos Maricultores de Cabo Frio, Edwiges da Silva Pereira, afirmou que essa primeira ação do Ministério da Pesca na região é um grande passo. “Montar um long line custa muito caro, mais de R$ 6 mil.” Ela estimou que os três municípios beneficiados reúnem entre 70 e 80 maricultores.

A doação resulta de convênio firmado pelo ministério com o Instituto de Ecodesenvolvimento da Baía da Ilha Grande para incentivar a atividade da maricultura na região, por meio da produção e distribuição de sementes de coquilles Saint-Jacques e da cessão de equipamentos para a implantação de fazendas marinhas.

Edição: João Carlos Rodrigues