Brasil e Argentina retomam reunião para discutir barreiras comerciais

24/05/2011 - 16h31

Luciene Cruz
Repórter da Agência Brasil

Brasília - O secretário executivo do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Alessandro Teixeira, e o secretário da Indústria da Argentina, Eduardo Bianchi, retomaram hoje (24), em Buenos Aires, as negociações sobre as barreiras comerciais entre os dois países. Na reunião, que começou às 9h30, busca-se uma solução para a dificuldade de liberação de produtos brasileiros nas fronteiras argentinas.

Desde ontem (23), representantes dos dois países estão reunidos na tentativa de resolver o impasse bilateral. De acordo com Teixeira, o encontro de ontem serviu para que fossem apresentadas as principais preocupações relativas ao comércio entre os dois países. "A reunião foi produtiva. Ficou evidente a boa vontade dos dois lados."

Segundo um técnico do MDIC, o objetivo da reunião é sair com um acordo fechado e, com isso, evitar que o o problema seja negociado pelos ministros Fernando Pimentel e Débora Giorgi. O Brasil não está disposto a flexibilizar a regra de licenças não automáticas sem a contrapartida do governo argentino, diz o técnico.

Há duas semanas, o governo brasileiro decidiu suspender a licença automática para os automóveis importados. A medida afetou diretamente o comércio argentino. Com isso, a autorização pode demorar até 60 dias para ser liberada. A regra é a mesma que a Argentina tem adotado com os produtos brasileiros que ficam retidos nas alfândegas do país.

Após troca de cartas e conversas telefônicas, este é o primeiro encontro entre representantes brasileiros e argentinos desde que o Brasil iniciou o monitoramento das importações de carros prontos.

Atualmente, produtos de 600 setores estão fora da licença automática na Argentina. Empresários de vários segmentos reclamam de barreiras impostas pelo governo argentino a produtos brasileiros. Além disso, alguns prazos ultrapassam o limite máximo de 60 dias permitido pela Organização Mundial do Comércio (OMC), o que inviabiliza o intercâmbio comercial.

Edição: Nádia Franco