Projeto que exibe curtas-metragens nacionais em praças públicas chega ao interior fluminense

21/05/2011 - 12h06

Paulo Virgilio
Repórter da Agência Brasil

Rio de Janeiro - Após três anos levando o cinema a comunidades do município do Rio de Janeiro com pouco acesso à cultura, o projeto social Curta na Praça se estende a partir de hoje (21) ao interior fluminense. Até 29 de junho, 26 curtas-metragens nacionais de animação, ficção e documentários, premiados no Brasil e no exterior, serão exibidos em praça pública, com entrada gratuita, nas cidades de Macaé, São João da Barra e São Francisco do Itabapoana, no norte do estado, e Cabo Frio e Búzios, na Região dos Lagos. A expectativa dos coordenadores do projeto é de um público médio de 600 pessoas por sessão.

Criado pela produtora Nova Bossa, com o apoio e patrocínio de empresas privadas, o Curta na Praça já recebeu 18 mil pessoas em três anos, contribuindo para formar novas plateias para o cinema brasileiro em comunidades como o Complexo da Maré e a Cidade de Deus, nas zonas norte e oeste, respectivamente, do Rio de Janeiro. Agora, o alvo são municípios onde há pouca ou nenhuma frequência às salas de projeção. “Das cinco cidades do circuito, apenas Macaé e Cabo Frio têm salas de cinema com programação constante e regular”, ressalta a atriz e produtora de cinema Juliana Teixeira, idealizadora do projeto.
 

O Curta na Praça tem como critério de seleção filmes que não tenham cenas de violência, sexo ou drogas. “Exibimos filmes a que toda a família pode assistir, motivadores, com histórias em que a plateia se reconheça”, diz Juliana Teixeira.

Para muitos espectadores, o Curta na Praça representa a primeira ida ao cinema, e com direito a pipoca e refrigerante, oferecidos pelos patrocinadores do projeto. A única contrapartida do público é se manifestar a respeito do que acabou de assistir. “O projeto propõe que o público vote. Com isso, a gente acaba conhecendo o perfil da plateia. A ideia é que eles expressem sua opinião e a gente possa saber o que e mais curtiram”, afirma Juliana. A edição deste ano traz uma novidade: diretores e atores dos filmes participam de um bate-papo com a plateia ao final da exibição.

Criada em 1998 por Juliana Teixeira e Pedro Carvana, a produtora Nova Bossa desenvolve outros projetos socioculturais. Um deles é o Passageiro do Futuro, projeto de artes cênicas que vem capacitando jovens de 15 a 21 anos, de comunidades carentes, em oficinas técnicas de cenário, figurino, sonorização, iluminação, interpretação e corpo e voz.

“A proposta é apontar para esses jovens um caminho de formação profissional na área das artes cênicas”, conta Juliana Teixeira. Também fazem parte do projeto visitas guiadas a museus e centros culturais. “Procuramos estimular a valorização da cultura e a importância da escola, já que fazemos um paralelo entre o aprendizado artístico e as matérias do currículo normal”, acrescenta a produtora cultural.

Edição: Juliana Andrade