Líder do PSDB pede ao Conselho de Controle de Atividades Financeiras que verifique movimentações de Palocci

17/05/2011 - 16h33

Daniel Lima
Repórter da Agência Brasil

Brasília – O deputado Duarte Nogueira, líder do PSDB na Câmara dos Deputados, protocolou hoje (17), no Ministério da Fazenda, documento em que pede que o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) verifique se existem ocorrências suspeitas sobre eventuais movimentações de recursos do ministro-chefe da Casa Civil, Antonio Palocci.

O deputado, que estava acompanhado de uma comitiva de parlamentares do partido, também informou que está sendo questionado ao Coaf se foram comunicadas operações em nome do ministro ou de suas empresas que ultrapassem o limite de R$ 100 mil, com base na Lei 9.613 , que dispõe sobre a lavagem de dinheiro.

Os parlamentares pediram ainda informações sobre procedimentos administrativos, ativos ou arquivados pelo conselho, sobre investigações de atos praticados pelo ministro e sua empresa. “O Coaf pode alegar o sigilo, mas pode nos responder, se o sigilo for alegado, se estão ou não em andamento essas operações”, disse.

Segundo o deputado federal Vanderlei Macris (PSDB-SP), que estava na comitiva, também foi protocolado na Comissão de Fiscalização e Controle da Câmara rquerimento convidando Palocci a prestar esclarecimentos aos parlamentares sobre as denúncias da evolução de seu patrimônio.

Ontem (16), a Comissão de Ética Pública da Presidência da República anunciou que não irá investigar a evolução do patrimônio do ministro. Segundo o presidente da comissão, Sepúlveda Pertence, a função do órgão é verificar a variação patrimonial dos ministros enquanto ocupam o cargo e não o que foi adquirido antes.

Diante do posicionamento da comissão, o ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, disse que o governo considerou o caso por encerrado.

Matéria publicada no domingo (15), na Folha de S. Paulo , revelou que o patrimônio de Palocci aumentou 20 vezes nos últimos quatro anos. De acordo com o texto, em novembro de 2010, ele comprou um apartamento de R$ 6,6 milhões em São Paulo. Antes, já teria adquirido um escritório na cidade por R$ 882 mil.

Em resposta à matéria, por meio de sua assessoria de imprensa, Palocci afirmou que os bens foram adquiridos com os rendimentos da empresa de consultoria que ele manteve antes de assumir o cargo na Casa Civil. Desde então, a atribuição da empresa passou a ser a administração dos imóveis. O ministro disse que, ao assumir a chefia da Casa Civil, informou à Comissão de Ética Pública da Presidência da República a existência da empresa e de suas propriedades.

Edição: Lana Cristina