Rio de Janeiro quer usar área de 1,5 milhão de hectares para projetos florestais

10/05/2011 - 19h18

Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil

Rio de Janeiro – Pesquisa feita pela Secretaria Estadual de Planejamento e Gestão do Rio de Janeiro (Seplag) identificou uma área de 1,5 milhão de hectares disponível para plantio nas regiões Norte e Noroeste fluminense. “São terras subutilizadas, não utilizadas ou devolutas que podem ser usadas em um projeto de silvicultura”, disse o coordenador do Plano de Desenvolvimento de Silvicultura Sustentável do estado, Eduardo Néry.

O plano foi apresentado hoje (10) à Câmara Setorial de Agronegócios do Fórum Permanente de Desenvolvimento Estratégico da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj). Do total da área disponível, o governo estadual selecionou 90 mil hectares que apresentam melhores condições para o plantio, segundo Néry.

A meta do plano é implantar um projeto de silvicultura sustentável no Norte e Noroeste fluminense para apoiar o desenvolvimento econômico e a inclusão social dessas regiões.

De acordo com Néry, o plano estabeleceu como critério não usar mais de 11% das terras para projetos florestais. A silvicultura no estado do Rio, acrescentou ele, vai atender à demanda crescente por madeira nos mercados interno e externo.

O eucalipto é uma das espécies que deverá ser usada no Plano de Desenvolvimento de Silvicultura Sustentável do estado do Rio de Janeiro. “É a espécie que tem maior rendimento e oferece melhor resultado econômico. Além disso, o Brasil detém domínio tecnológico e conhecimento total sobre ela”, disse Néry.

O plano envolverá três cadeias produtivas: celulose e papel, indústrias moveleira e de construção e produção de madeira energética, visando a atender o setor siderúrgico (Porto do Açu) e o Polo de Cerâmica de Campos, integrado por 120 indústrias.

Segundo Néry, há ainda a possibilidade de usar espécies não madeireiras no plano. Entre elas, a seringueira, para produção do látex; o abacateiro, matéria-prima para fabricação de graxas especiais; a oliveira, para produção de azeite, e a candeia - árvore nativa do Brasil, cuja madeira é indicada para a indústria naval por ser resistente e leve.

A primeira etapa do projeto agroflorestal já permitirá criar empregos e oportunidades de negócio em todos os municípios das duas regiões, assinalou Néry. A vantagem desse modelo, destacou, é que os projetos de florestas plantadas coexistem a pecuária e a agricultura, atividades agrárias tradicionais.

O Plano de Desenvolvimento da Silvicultura Sustentável já foi entregue ao governo fluminense. Néry prevê que em um mês começarão as ações para atrair investidores de grande porte para o projeto.

Edição: João Carlos Rodrigues