Brasil vive momento propício para investimentos públicos e privados em infraestrutura, avalia Meirelles

28/04/2011 - 21h16

Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil

Rio de Janeiro - O atual ambiente de previsibilidade no Brasil é propício a investimentos públicos e privados na área de infraestrutura, mas esses investimentos devem estar interrelacionados com a educação, disse o presidente da Autoridade Pública Olímpica (APO), Henrique Meirelles, durante mesa-redonda no Fórum Econômico Mundial da América Latina, hoje (28), na capital fluminense.

Na opinião de Meirelles, a demanda por investimentos no Brasil é crescente, o que amplia o desafio. Observou que as condições para enfrentar esse desafio também estão melhorando. “Primeiro, o país hoje é mais previsível, tem capacidade de atrair mais investimento, está crescendo mais e gerando mais receita fiscal para o governo e para o setor privado, por meio do aumento das vendas e maior rendimento da população, das famílias e empresas”.

O aumento da demanda significa que há também maior retorno, enfatizou Meirelles. “Portanto, existe maior possibilidade de investimento por parte do governo e do setor privado”. Ele ressaltou ainda a importância da previsibilidade econômica para que isso aconteça. “Infraestrutura é investimento de longo prazo. Portanto, precisa ser previsível do ponto de vista de quem vai construir, vai assumir o risco, seja governo, seja setor privado”.

Segundo ele, a previsibilidade permite prever as receitas geradas pelos investimentos, ou seja, o retorno financeiro e social. Da mesma forma, garante o retorno ao investidor, “que vai saber exatamente se tem maior ou menor possibilidade de obter o retorno desejado”, afirmou.

As condições estão dadas, disse o presidente da APO. Cabe agora ao Brasil se organizar para esses investimentos. “A questão da educação é fundamental”. Trata-se, segundo Henrique Meirelles, de um problema de infraestrutura humana, importante não só pelo lado social, mas também para cobrir o déficit de mão de obra na atividade econômica do país.

Salientou, entretanto, que o Brasil já começa a demonstrar que está em condições de enfrentar esses desafios. Citou, nesse sentido, a questão dos aeroportos. “Isso é fundamental. Não só a decisão de abrir concessões, mas também a decisão de mudar as regras, tornar mais eficiente, fazer com que o investimento de fato aconteça”.

Para Meirelles, há tempo hábil para que a situação dos aeroportos seja solucionada para a Copa do Mundo de Futebol de 2014. “Eu acho que pode ser feito”. Alertou, contudo, que o tempo para que isso aconteça deverá ser menor do que seria no passado. “Hoje, o país está consciente para isso e está enfrentando o problema. As regras estão sendo mudadas. É bem-vindo e é o que deve ser feito. Isto é, de um lado, o desafio aumenta, porque aumenta a demanda. Por outro lado, as condições para enfrentar esse desafio também aumentam e melhoram. E é o que está sendo mostrado claramente agora”.

O presidente da APO concordou com o presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho, presente à mesa-redonda, no sentido de que os projetos de infraestrutura devem ser planejados com antecedência para garantir o sucesso e ter o prazo de implementação acelerado.

Ele explicou que isso significa ser mais eficiente na implementação. “Fazer bem, com uma visão de longo prazo, mas fazer um projeto que não perca tempo”. É o chamado fast track, que significa um procedimento mais eficiente e mais rápido. Meirelles disse que isso está sendo detalhado na questão dos aeroportos.

 

Edição: Aécio Amado