Na ex-capital da província das Minas Gerais, Dilma promete marco da mineração

21/04/2011 - 15h39

Yara Aquino
Repórter da Agência Brasil
 

Brasília – Em discurso hoje (21) na cidade de Ouro Preto (MG), importante centro de extração de ouro no século 17, a presidenta Dilma Rousseff se comprometeu a enviar ao Congresso Nacional o marco regulatório do setor de mineração. “Não é justo e não contribui para o desenvolvimento do Brasil que os recursos minerais do país sejam daqui tirados e não haja a devida compensação. Essa compensação é condição para que nossas reservas naturais tenham um sentido, que não se concentrem na mão de poucos”, disse.

Em Ouro Preto, Dilma participou da cerimônia de comemoração do 21 de abril, Dia de Tiradentes. Ao falar sobre o ideal dos inconfidentes de lutar pela liberdade, a presidenta lembrou a própria trajetória de vida. “Os brasileiros e as brasileiras que, como eu, sofreram na pele os efeitos da privação da liberdade sabem como a democracia faz falta. Queremos uma democracia feita de eleitores e cidadãos plenos”.

Dilma e o governador de Minas Gerais, Antonio Anastasia, acompanharam o sepultamento dos restos mortais de três inconfidentes, no Museu da Inconfidência. Mortos há mais de 200 anos no degredo na África, as ossadas de Domingos Vidal Barbosa, João Dias da Mota e José de Resende Costa foram identificadas pela Universidade de Campinas (Unicamp) após 10 anos de estudo e agora se juntaram aos 13 inconfidentes já sepultados no monumento.

No museu, os dois também visitaram o túmulo de duas mulheres que viveram na Vila Rica de 1789 e testemunharam a Inconfidência Mineira: Maria Dorotéia Joaquina de Seixas, conhecida como Marília de Dirceu (musa do poeta português e ouvidor-geral da comarca Tomás Antônio Gonzaga), e Bárbara Heliodora Guilhermina da Silveira. No discurso, Dilma fez uma homenagem a elas e também a Hipólita Jacinta. “As três abrem no Brasil o caminho da presença das mulheres nas lutas libertárias do nosso povo” .

Ainda como parte das comemorações pelo 21 de Abril, a presidenta Dilma Rousseff foi homenageada com o Grande Colar, grau máximo da Medalha da Inconfidência. Mais 238 personalidades e instituições receberam a comenda.

A Inconfidência Mineira foi um movimento de independência do domínio português ocorrido em 1789, em Vila Rica, atual município de Ouro Preto. Desse movimento participaram intelectuais, religiosos, militares e fazendeiros, entre eles o dentista Joaquim José da Silva Xavier, que foi enforcado e esquartejado por ordem da Coroa Portuguesa.

Edição: Vinicius Doria