Atividades culturais no Rio marcam dia em defesa de crianças e adolescentes em situação de rua

20/04/2011 - 16h24

Da Agência Brasil

Rio de Janeiro – Para marcar o Dia Nacional de Mobilização em Defesa das Crianças e Adolescentes em Situação de Rua, a Secretaria Municipal de Assistência Social e o Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente promoveram hoje (20), nos Arcos da Lapa, no centro do Rio, uma série de atividades artísticas, culturais e de prevenção.

De acordo com a presidenta do conselho, Neidy Silva, em todo o estado, cerca de 5 mil crianças têm as ruas como lar. O objetivo do trabalho é chamar a atenção das autoridades e da sociedade civil para o problema das crianças que se encontram nessa situação.

“Hoje estão sendo oferecidas várias atividades lúdicas, pedagógicas, recreativas, ofertas de serviço sobre doenças sexualmente transmissíveis, questões de saúde. A assistência social está com toda a sua equipe aqui. É uma rede de ações para acolher essas crianças e, a partir daí, poderem ser inseridas nas políticas e nos programas de atendimento”, disse Neidy.

Neidy afirmou que, hoje, um dos grandes problemas é o uso do crack por parte dessas crianças e adolescentes. “Esses meninos não conseguem mais ficar dentro dos abrigos por conta da dependência do crack. A rua é muito prazerosa. A gente mobiliza a sociedade a não dar dinheiro no sinal, nem 10 centavos, e não dar comida. À medida que a rua começar a ser um local ruim, eles vão procurar acolhimento”, explicou.

A organização não governamental São Martinho é uma das parceiras nas atividades promovidas pela secretaria. A ONG levou para participar da programação cerca de 40 crianças e adolescentes em situação de rua que estão inseridas em seus projetos. Judson Castro, de 18 anos, foi um dos jovens que a ONG levou aos Arcos da Lapa. Enquanto a família está em Paciência, na zona oeste, o adolescente dorme pela rua, na zona norte.

“Maravilhoso. Um lugar que você pode tirar a criança da rua, [onde ela] não está usando drogas, não está roubando. Hoje, tem várias brincadeiras para se divertir. Eu quero sair da rua e fazer um esporte, gosto de muay thai [tipo de arte marcial]. Eu tenho uma história de vida pra contar que dá pra escrever um livro”, afirmou Judson.

Edição: Lana Cristina