BBC Brasil
Brasília - A coordenadora da Agência de Assuntos Humanitários da Organização das Nações Unidas (ONU), Valerie Amos, reforçou hoje (18) pedido de cessar-fogo imediato na Líbia para permitir uma avaliação das necessidades dos civis no país. Amos disse que moradores da cidade de Misrata precisam de ajuda com urgência.
Há cinco semanas, Misrata é palco de violentos confrontos entre oposicionistas e forças leais ao presidente da Líbia, Muammar Khadafi. "Estamos recebendo informações de que há milhares de pessoas esperando para ser retiradas. Há pessoas que precisam desesperadamente de atendimento médico, de que saneamento e água são um problema na cidade, e que eles não têm eletricidade."
Amos disse ainda que buscou o apoio do governo Khadafi para tentar executar as ações de ajuda humanitária, mas que recebeu como resposta que não seria possível dar "garantias de segurança" nem permitir a entrada na cidade.
"Pedi a suspensão das hostilidades [entre governo e oposição] para permitir que as pessoas que estão em um ambiente muito volátil e inseguro possam sair, para permitir que entreguemos suprimentos médicos com urgência e para ter uma ideia melhor do que está acontecendo, não apenas em Misrata, mas em outras cidades vulneráveis da Líbia", disse Amos.
A Grã-Bretanha anunciou hoje que vai financiar a retirada de cinco mil imigrantes que não conseguem sair do Oeste da Líbia devido aos confrontos. De acordo com o ministro britânico de Desenvolvimento Internacional, Andrew Mitchell, a Grã-Bretanha vai ajudar a fretar navios para retirar civis de Misrata.
De acordo com relatos, alguns dos civis em situação mais desesperadora na cidade líbia são trabalhadores imigrantes de Oriente Médio, África e Sul da Ásia. Mitchell afirmou que a Grã-Bretanha vai ajudar a financiar a retirada desses civis em navios fretados pela Organização Internacional para a Imigração. Segundo ele, mais verbas serão destinadas ao fornecimento de ajuda médica para os que foram atingidos pela violência no Oeste da Líbia.
O Departamento para Desenvolvimento Internacional da Grã-Bretanha informou que cerca de 300 civis foram mortos e outros mil ficaram feridos em Misrata desde o final de fevereiro. Ontem (17) seis civis teriam morrido depois de disparos de foguetes. Combatentes partidários do governo também teriam bombardeado a cidade de Ajdabiya, no Leste da Líbia.