Redução do ritmo de obras em hidrelétricas do Rio Madeira pode provocar demissões

14/04/2011 - 16h39

Yara Aquino

Repórter da Agência Brasil

Brasília – O governo federal e empreiteiras negociam a redução do ritmo das obras das usinas hidrelétricas do Rio Madeira, em Rondônia, disse hoje (14) o ministro do Trabalho, Carlos Lupi. A medida poderá resultar na demissão de operários, assinalou Lupi, ao sair de reunião, no Palácio do Planalto, na qual foram discutidas as condições de trabalho nas obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).

A expectativa é que com a redução seja cumprido o cronograma previsto inicialmente para o término das obras, antecipado no caso da Usina Jirau. Com um número menor de trabalhadores nos canteiros, governo e empreiteiras esperam evitar a repetição de conflitos como o ocorrido em Jirau.

A previsão inicial era que a usina, no Rio Madeira, fosse concluída em janeiro de 2013. No entanto, o consórcio responsável pelas obras trabalhava com uma antecipação para março de 2012. “Várias dessas obras, como Santo Antônio e Jirau, vão diminuir o ritmo, porque há um contingente muito grande de trabalhadores e fica sem controle”, disse Lupi.

De acordo com o ministro, as possíveis demissões deverão ser negociadas com os sindicatos. “Acertamos que todas as possíveis demissões, em decorrência dessa redução, seja feita por meio dos sindicatos, para termos controle desse processo. Eles é que vão ver como será o cronograma, sempre privilegiando a mão de obra local.”

Um dos coordenadores das Confederação Nacional dos Sindicatos da Construção e do Madeira, Luiz Carlos de Queiroz, afirmou que está preocupado com a possibilidade de demissão em massa. “Nossa preocupação é com demissões em massa em uma região que já vive um clima tenso.”

Alterada para acréscimo de informação. Edição: João Carlos Rodrigues