Fiesp diz que aumento de IOF para bancos e empresas é insuficiente

07/04/2011 - 20h04

Elaine Patricia Cruz e Deny Peres
Repórteres da EBC

São Paulo - Para o presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf, a medida anunciada ontem (6) pelo governo de aumentar do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) para bancos e empresas que peguem empréstimos no exterior por menos de dois anos não é errada, mas insuficiente para conter a desvalorização do dólar em relação ao real. Segundo ele, o governo já adotou várias medidas como essa nos últimos meses que não foram eficientes.

“Isso tem mostrado, ao longo do tempo, que são medidas insuficientes porque continuamos com nosso real sobrevalorizado. Há necessidade de medidas mais fortes porque essa questão da sobrevalorização da nossa moeda rouba, injustamente, a competitividade brasileira e isso é muito ruim para o país”, afirmou Skaf, em entrevista na tarde de hoje (7) à Agência Brasil e à TV Brasil.

Segundo ele, o país precisa adotar medidas pra conter os juros altos. “Esses juros altos são um doce, um atrativo para o capital especulativo. Em vez de aplicarem no exterior a 1% ao ano, [eles] vêm aqui para aplicar a 10% ao ano, obtendo dez vezes mais de rendimento e, com isso, há uma entrada de dólares muito grande”.

Skaf defendeu que o governo crie novas medidas para evitar a entrada de dólares no país. Segundo ele, uma medida que poderia ser eficiente é estabelecer um tempo mínimo de permanência para os recursos que entram no país. “No momento em que houver uma regra de que precisa ficar três meses ou seis meses, no mínimo, aí a especulação diminui. Com menos especulação e menos dólar, há uma reação natural de valorização do real”.

O dirigentedisse também que o Brasil deve enquadrar sua relação comercial com a China para tentar equilibrar a balança comercial, desfavorável ao país. “Enquadrar as relações com a China significa termos uma balança comercial mais equilibrada em relação às manufaturas, termos algum instrumento que neutralize essa injustiça cambial e exigir dos chineses que queiram investir no Brasil o que eles exigem dos brasileiros que estão investindo lá”.

 

O texto foi modificado para acréscimo de informações

Edição: Rivadavia Severo