Gilberto Carvalho pede a patrões e empregados de obras do PAC que tenham "juízo e prudência"

29/03/2011 - 18h39

Luciana Lima
Repórter da Agência Brasil

Brasília – Ao tentar mediar os conflitos que surgiram em canteiros de obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), o ministro Gilberto Carvalho, secretário-geral da Presidência da República, pediu hoje (29) a empresários e representantes de trabalhadores que "tenham juízo e prudência" para negociar os interesses das empresas e as reivindicações dos empregados.

"Conclamei os trabalhadores e patrões a termos juízo, a termos prudência, a sentarmos em uma mesa para conversar", disse Carvalho, depois de conduzir reunião com representantes das centrais sindicais, empresários e representantes do setor da construção civil.

A reunião, de acordo com Gilberto Carvalho, foi uma verdadeira briga, mas serviu como primeiro contato e produziu, segundo ele, um resultado positivo, o de colocar as partes para conversar. Ficou acertado que será constituída uma comissão tripartite para tratar das obras já paralisadas das usinas Jirau e Santo Antônio, em Rondônia. A primeira reunião dessa comissão será realizada na próxima quinta-feira (31).

"A reunião de hoje foi apenas o primeiro palco, houve muita briga. Trabalhadores de um lado e patrão, do outro. Mas caminhamos para um processo que parece interessante. Logo após a reunião, a CUT [Central Única dos Trabalhadores] sentou-se com a Odebrecht e com a Camargo Correa, para tentar resolver o problema de Jirau e Santo Antônio", informou o ministro.

Carvalho defendeu a ideia de tornar permanente, em cada obra importante do governo, uma mesa de negociações entre as partes envolvidas. "Marcamos para quinta-feira uma reunião para começarmos a trabalhar uma perspectiva de uma mesa permanente de negociação: trabalhadores, patrões e governo. Vai ter uma mesa em cada obra importante", afirmou.

O ministro informou aos empresários que o governo não vai tolerar condições indignas de trabalho e nem que os canteiros do PAC sejam palco de movimentos contrários à lei. "O nosso governo não terá a mínima tolerância com qualquer sinal de trabalho indecente e movimentos que firam a lei serão punidos", disse.

"Como eu disse aos empresários e aos representantes dos trabalhadores hoje, é uma relação perde-perde. Perdem os trabalhadores, perdem as empresas, perde o povo brasileiro e perde o governo. Temos que tentar sair dessa relação para uma relação ganha-ganha. Dessa forma, a produtividade vai aumentar, vai se ter paz nos canteiros de obras", destacou Carvalho.

Edição: Lana Cristina