"A esperança está voltando a lugares onde o medo prevalecia", diz Obama ao falar sobre a Cidade de Deus

20/03/2011 - 18h12

Renata Giraldi*
Repórter da Agência Brasil

Brasília – Depois de passar menos de meia hora na Cidade de Deus, em Jacarepaguá, no Rio de Janeiro, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, afirmou hoje (20) estar impressionado com a “mudança de atitude” causada pelas unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) em comunidades pobres do Rio.

Obama não mencionou a sigla, mas falou em pacificação durante o discurso no Theatro Municipal do Rio de Janeiro. “Estive na Cidade de Deus, pela primeira vez a esperança está voltando aos lugares onde o medo prevalecia”, disse ele. “Quero parabenizar o governador [do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral] e o prefeito [da cidade do Rio, Eduardo Paes] por essa mudança de atitude.”

Na Cidade de Deus, o presidente norte-americano caminhou pelas ruas e até jogou futebol com meninos de um projeto social. Com uma das crianças, Obama ensaiou fazer embaixadinhas. Em seguida, acenou para a população e mandou um beijo para um grupo de moradoras.

Na Fundação da Infância e Adolescência (FIA), que desenvolve atividades com crianças e adolescentes da comunidade, Obama e a família – a primeira-dama, Michelle, e as filhas Malia e Sasha, assistiram a apresentações de percussão, capoeira, funk, maracatu e samba.

Durante o discurso no Theatro Municipal, o presidente norte-americano lembrou as semelhanças entre a história do Brasil e a dos Estados Unidos. Obama lembrou da “mancha” da escravidão que permaneceu sobre os dois países. Ele ressaltou ainda que os norte-americanos foram os primeiros a reconhecer a independência do Brasil, em 1822.

Bem-humorado, Obama afirmou que estava ali falando para “cariocas, paulistas, baianos e mineiros”. As palavras foram ditas de forma vagarosa na tentativa de acertar a pronúncia em português. O presidente relembrou também a história colonial dos Estados Unidos e do Brasil. Aproveitou para destacar a atuação das mulheres ao longo da história dos dois países.

*Colaborou Vitor Abdala

Edição: Juliana Andrade