Mercadante antecipa que nova política industrial deve desonerar investimentos em inovação

16/03/2011 - 20h08

Wellton Máximo
Repórter da Agência Brasil

Brasília – A nova política industrial em estudo pelo governo deverá ter medidas de desoneração, disse hoje (16) o ministro de Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante. Segundo ele, a redução de impostos deverá beneficiar principalmente os investimentos em inovação, pesquisa e desenvolvimento, mas o governo ainda não tem data para lançar as medidas.

“Eu diria que a questão tributária também faz parte desse esforço”, afirmou o ministro ao se referir à necessidade de estímulos para a inovação tecnológica. Neste ano, o governo prorrogou as linhas especiais do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para bens de capital, que compõem o Programa de Sustentação do Investimento (PSI), e injetou R$ 55 bilhões no banco para estimular o investimento.

Mercadante participou da segunda reunião do Fórum de Desenvolvimento Econômico, grupo de ministros liderado pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, que define diretrizes de atuação na área econômica. O fórum foi um dos quatro grupos criados em janeiro pela presidenta Dilma Rousseff para definir as prioridades do governo federal nos próximos quatro anos. Também há fóruns semelhantes para a Infraestrutura, Erradicação da Pobreza e Direito e Cidadania.

De acordo com Mercadante, o governo também elaborará um plano especial de apoio à formação de engenheiros. “Em alguns setores, há problema de oferta de mão de obra técnica profissional. Então, o governo, por meio do Ministério da Educação, tem desenvolvido um amplo programa de formação no ensino profissionalizante”, explicou. O ministro da Educação, Fernando Haddad, participou da reunião, mas não falou com os jornalistas.

Também presente no encontro, o presidente do Banco do Brasil, Aldemir Bendine, afirmou que os bancos públicos devem manter os estímulos ao crédito para investimentos. “Precisamos manter o nível de investimento no Brasil bastante acelerado. Principalmente por conta dos problemas conjunturais de infraestrutura, temos de continuar agindo forte”, avaliou.

Apesar de apoiar o financiamento público de investimentos, Bendine ressaltou que não defende a ampliação do crédito para o consumo. “Não estou falando de aceleração do crédito em geral. Estou falando de estímulo ao setor de crédito produtivo. O governo não trabalha sobre uma base simples da expansão do crédito”, acrescentou.

O Fórum de Desenvolvimento Econômico reuniu dez ministros e os presidentes do Banco do Brasil, da Caixa Econômica e do BNDES.

Edição: Lana Cristina