Gurgel afirma que MP não recebeu gravações em vídeos de denúncias antes da Operação Caixa de Pandora

16/03/2011 - 21h59

Débora Zampier
Repórter da Agência Brasil

Brasília - O procurador-geral da República (PGR), Roberto Gurgel, afirmou hoje (16) que não é de seu conhecimento que o Ministério Público tenha recebido gravações em vídeos sobre o esquema de pagamento de propina no governo do Distrito Federal (DF), antes da Operação Caixa de Pandora. A operação da Polícia Federal revelou um esquema de corrupção no DF que resultou na saída do governador José Roberto Arruda do cargo no ano passado.

Uma gravação em vídeo divulgada hoje mostra o delator do esquema, Durval Barbosa, afirmando ter entregue cópias das gravações em que políticos recebem propina para membros do Ministério Público e do Judiciário. O vídeo foi gravado em 2006 e a operação só foi deflagrada pela PF três anos depois, em 2009.

“Não tenho conhecimento [de que as cópias foram entregues em 2006]. Nós só começamos a receber vídeos do Durval [Barbosa] nos momentos que antecederam a deflagração da Operação Caixa de Pandora”, disse Gurgel após cerimônia de lançamento de protocolo pela efetiva aplicação da Lei Maria da Penha, na sede da PGR.

Gurgel também afirmou que não tem notícias a respeito da entrega de cópias a desembargadores, também citada por Durval Barbosa nas gravações divulgadas hoje. Perguntado sobre o tipo de penalidade que poderia ser aplicada caso membros do MP tenham se omitido diante do vídeo, Gurgel disse que acha pouco provável que isso tenha acontecido.

“Eu tenho certeza que pela atuação que tem havido, extremamente firme, seja do MPDFT [Ministério Público do Distrito Federal e Territórios] seja do MPF [Ministério Público Federal], que isso não se verificou. Se tivesse se verificado seria uma falta funcional, não há duvida”.

 

Edição: Aécio Amado