ONU oferece assistência técnica ao Haiti para julgar Baby Doc

02/02/2011 - 7h00

Renata Giraldi
Repórter da Agência Brasil

Brasília - A alta comissária das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Navi Pillay, ofereceu ontem (1º) assistência técnica às autoridades do Haiti para julgar o ex-presidente Jean-Claude Duvalier, conhecido como Baby Doc. O ex-presidente, nos 15 anos em que ocupou o governo, é acusado de abuso de poder, corrupção, desvio de recursos públicos, torturas, assassinatos e violação de direitos humanos.

De acordo com Pillay, há questões registradas no período de 1971 a 1986, época em que Baby Doc estava no poder. As informações são da agência de notícias das Nações Unidas. "O Haiti tem a obrigação de investigar as denúncias, que estão bem documentadas, de graves violações aos direitos humanos ocorridas durante o governo de Duvalier e processar os responsáveis”, disse.

Em seguida, Pillay lembrou que a população do Haiti e o mundo querem respostas às denúncias. “Tais violações sistemáticas dos direitos não podem ficar sem resposta. Os milhares de haitianos que sofreram sob esse regime merecem justiça ", disse a representante da Organização das Nações Unidas (ONU).

Para ela, é fundamental responsabilizar Baby Doc. "Eu apelo às autoridades haitianas para enviar uma mensagem ao mundo de que os tribunais nacionais podem garantir a responsabilização por violações graves dos direitos humanos, mesmo em condições difíceis", disse.

No último dia 26, Baby Doc voltou ao Haiti, depois de 25 anos no exílio na França. Ele chegou ao país no dia em que estava previsto o segundo turno das eleições presidenciais, que foi adiado por tempo indeterminado. Paralelamente, o país vive um momento de vazio político e de apreensão pela epidemia de cólera e o processo de recontrução – em janeiro de 2010, o Haiti foi devastado por um terremoto.

Edição: Graça Adjuto