Ministério quer menos burocracia em aeroportos na hora de liberar material destinado à pesquisa

27/01/2011 - 20h22

 

Carolina Pimentel

Repórter da Agência Brasil

 

Brasília – O Ministério da Ciência e Tecnologia negocia com outros órgãos do governo federal a instalação de locais nos aeroportos para receber e liberar material importado para pesquisas científicas no país. O anúncio foi feito hoje (27), durante a posse do novo presidente do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), o engenheiro eletrônico Glaucius Oliva.

 

A ideia é que profissionais treinados trabalhem nesses locais e ajudem a desburocratizar o processo de liberação do material para os pesquisadores. “Definiu-se pela implantação, inicialmente em um aeroporto, de um armazém especial dedicado à manipulação das importações para pesquisa, de forma a agilizar a liberação com pessoal treinado e qualificado”, disse Oliva.

 

Ele não citou em qual aeroporto o projeto piloto vai começar. O ministro Aloizio Mercadante reuniu-se nesta semana com representantes da Receita Federal, da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e do CNPq para discutir a proposta. De acordo com o ministro, que esteve na cerimônia de posse, o projeto deve ser concluído dentro de duas semanas.

 

A burocracia para a liberação de insumos e equipamentos importados que chegam nos aeroportos e portos do país é uma das principais e mais antigas reclamações dos cientistas. A maioria relata que espera meses para conseguir receber o material, prazo que compromete a qualidade de uma pesquisa.

 

Ao assumir a chefia do conselho, Oliva prometeu simplificar os procedimentos do CNPq para facilitar a vida do pesquisador. “Temos certeza que, com os mesmos recursos, poderemos fazer muito mais, se os procedimentos burocráticos forem simplificados”, disse ele.

 

Outra meta do novo presidente é dobrar os recursos para as bolsas de fomento à pesquisa nos próximos quatro anos. Em 2010, o CNPq atendeu 80 mil bolsistas, criou 14 mil bolsas de iniciação científica e 4 mil de mestrado e doutorado, com investimento de R$ 1,85 bilhão na formação de recursos humanos e estímulo à produção científica.

 

Oliva alertou para a necessidade de formação de mais engenheiros e melhoria do ensino de matemática e ciências nas escolas, se o Brasil quiser se tornar a quinta maior economia do mundo.

 

Antes de assumir a presidência do conselho, Oliva era diretor de Engenharias, Ciências Exatas e Humanas e Sociais do CNPq. Ele é formado em engenharia eletrônica pela Universidade de São Paulo (USP), com mestrado em física pela USP e doutorado em cristalografia de proteínas pela Universidade de Londres.

 

Paulista, Oliva coordena também estudos sobre biotecnologia na Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) e em instituto ligado aos ministérios da Ciência e Tecnologia e Saúde.

 

Edição: João Carlos Rodrigues