Polícia Federal dará apoio nas ações de combate à criminalidade no Rio

25/11/2010 - 21h45

Nielmar de Oliveira
Repórter da Agência Brasil

Rio de Janeiro – O secretário de Segurança Pública do Rio de Janeiro, José Maria Beltrame, disse hoje (25) que as ações de combate ao crime organizado no estado contarão a partir de amanhã (26) com a ajuda de 300 homens da Polícia Federal. Os agentes já se encontram aquartelados em batalhões do estado.

Beltrame agradeceu o apoio da Marinha do Brasil que ajudou hoje na missão de ocupação da Vila Cruzeiro, na zona norte da cidade. “Foi fundamental para o êxito da missão de ocupação da Vila Cruzeiro, na Penha, ao possibilitar que os homens das polícias Civil e Militar pudessem atravessar a linha de fogo com segurança e ocupar o bunker dos traficantes”.

Na operação, centenas de traficantes armados fugiram da Vila Cruzeiro para o conjunto de favelas do Morro do Alemão, depois de acuados pelos policiais. Beltrame destacou que a polícia não vai recuar. “É preciso [continuar com a ação]. Temos a consciência de que demos um passo importante, mas ainda não há nada ganho e, portanto, não há motivos para comemorar. Vamos em frente no combate a um problema que não é só do Rio, mas de todo o país”.

Beltrame não deu detalhes sobre uma nova operação, mas garantiu que amanhã, a Secretaria de Segurança implementará outra ação contra o crime organizado. “Não me perguntem nada no momento porque eu não posso colocar os meus homens em risco. Mesmo que já amanhã pela manhã tenhamos que estar aqui novamente prestando esclarecimentos a vocês”.

O secretário disse que o Batalhão de Operações Especiais (Bope) permanecerá na Vila Cruzeiro para fazer um levantamento que permita a prisão de traficantes que ainda tenham permanecido na área. “Não vai ser apagando incêndio nas esquinas que nós vamos debelar o crime organizado. A polícia não vai retroceder. O que nós estamos fazendo é retirando o território dos traficantes, o seu porto seguro. Mais importante do que prendê-los é retirar os seus territórios, pois, desta forma, eles ficam vulneráveis. Podemos não prendêlos em um primeiro momento, mas, retirando o seu território, os deixamos expostos e a prisão, aí, passa a ser uma questão de tempo”, concluiu.

A Secretaria de Segurança não fez um balanço com o número de mortos e feridos na operação da Vila Cruzeiro. “Não temos números de mortos e feridos ainda definidos porque os efetivos ainda estão em campo. Na verdade, estamos ainda iniciando um caminho que não tem mais volta.” Beltrame informou que, nas ações de hoje, foram destacados 450 homens do Bope e das delegacias especializadas da Polícia Civil.

Beltrame concedeu entrevista coletiva sobre a operação na Vila Cruzeiro ao lado do comandante-geral da Polícia Militar, coronel Mário Sérgio Duarte; do chefe da Polícia Civil do Rio, Alan Turnowski; do superintendente da Polícia Federal no Rio, Ângelo Gioia; e do comandante da Marinha, Pedro Ernesto.

Edição: Lana Cristina