Presidente da CNI defende autonomia do Banco Central

17/11/2010 - 14h03

Lourenço Canuto
Repórter da Agência Brasil

Brasília - O novo presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Andrade, defendeu hoje (17) a manutenção da independência do Banco Central (BC) como mentor da estabilidade monetária, "na proteção da moeda brasileira".

Segundo ele, sempre que o BC baixar a taxa de juros, vai ter quem diga que foi pouco. "Se mantiver como está, vai ser tachado de conservador e, se aumentar, vai se dizer que a autoridade monetária está na contramão da história."

Andrade ressaltou, no entanto, que o Banco Central não é responsável pelos gastos do governo, apontados como responsáveis pela alta da inflação e dos juros. Para ele, o governo deveria fixar um patamar de gastos sobre o crescimento anual do Produto Interno Bruto (PIB, soma de todos os bens e serviços produzidos no país). De acordo com Andrade, esse patamar poderia ser, por exemplo, 1% a 2% sobre 5% do crescimento.

O presidente da CNI disse acreditar que a reforma fiscal reduza as despesas do governo, mas ressaltou que isso não traz efeitos imediatos.

Ao anunciar as metas da indústria para os próximos quatro anos, Andrade afirmou que a CNI trabalhará apoiando o governo Dilma Rousseff "sem espírito de corporativismo", mas defendendo "de forma intransigente os interesses do país".

De acordo com Andrade, a CNI pretende investir em formação profissional, criando em todas as regiões centros de pesquisas, como o que já existe na Bahia. Ele disse que a falta de qualificação profissional é hoje um dos maiores problemas da indústria. Para Andrade, a inovação tecnológica é uma das formas de dar mais competitividade à indústria brasileira, para que ela ofereça melhores produtos e concorra no mercado globalizado.  

Andrade acrescentou que a formação de engenheiros e cientistas voltados para o empreendedorismo é uma necessidade e pode também ajudar muito na geração de emprego. A CNI vai trabalhar muito na área da educação e está criando uma diretoria especifica integrando os programas do Serviço Social da Indústria (Sesi) e do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) para a formação profissionalizante e assistência à saúde para os trabalhadores e seus filhos, informou.

Edição: Nádia Franco