Especialistas em urologia mostram no Rio técnica cirúrgica que usa robôs

17/11/2010 - 20h49

Da Agência Brasil

Rio de Janeiro – Especialistas mostram até sábado (20), na 19ª Jornada Carioca de Urologia, uma tecnologia ainda pouco difundida em cirurgias urológicas no país: o uso de robôs, equipamentos que são menos invasivos e, por isso, exigem o uso de menos anestesia e permitem que a incisão seja menor. Com isso, a perda de sangue também é reduzida e a recuperação é mais rápida.

Médicos urologistas brasileiros e estrangeiros participam do evento, onde também debatem sobre alguns dos principais problemas que acometem os pacientes que procuram um especialista da área: ejaculação precoce, disfunção erétil e reposição hormonal. De acordo com o coordenador do encontro, Alfredo Canalini, atualmente existem no Brasil apenas quatro robôs na rede privada de São Paulo, mas, nos Estados Unidos, a técnica já é altamente difundida.

“Cerca de 85% das cirurgias nos Estados Unidos são feitas pela tecnologia robótica. Isso é uma tecnologia que a gente tem que trazer para o nosso país. E a tecnologia robótica não é tão cara assim. Para se ter uma ideia, o robô está custando cerca de U$ 1,5 milhão. Em termos de saúde pública, não é um gasto tão grande assim. É uma questão do governo estabelecer prioridades e saber que essa cirurgia é melhor para o paciente, gasta menos dinheiro porque é menos traumática e requer menos internações hospitalares”, destacou Canalini.

O Ministério da Saúde informou, por meio de sua assessoria, que a tecnologia robótica para cirurgias urológicas não está disponível em nenhuma unidade do Sistema Único de Saúde (SUS). E, segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), o robô modelo Da Vinci, usado para esse tipo de procedimento, teve seu registro aprovado no último mês depois de passar por testes em um hospital federal em São Paulo.

Também serão apresentadas no evento duas novas diretrizes para o diagnóstico e tratamento do câncer de próstata, que é o segundo mais comum entre os homens, com mais de 50 mil casos registrados em 2010 no Brasil. De acordo com Canalini, a conscientização da população sobre a necessidade do diagnóstico precoce das doenças urológicas será a prioridade do evento.

“A conscientização da população sobre a necessidade do diagnóstico precoce das doenças urológicas, dos tumores malignos, principalmente, os tumores de próstata e de rim, é a prioridade. São doenças que, diagnosticadas precocemente, podem ser curadas”, disse o urologista.

Canalini observou que doenças próprias do envelhecimento serão outro tema em debate, já que a população de idosos tem aumentado em todo o mundo. Ele lembrou ainda que quando se fala em urologia, existe o hábito de se associar automaticamente a especialidade médica aos homens, mas as mulheres também têm problemas associados à bexiga ou aos rins, muitas vezes descobertos em estágio avançado pela demora no diagnóstico.

Edição: Lana Cristina