Superbactéria: Bahia passa a exigir notificação de casos de infecção

29/10/2010 - 20h40

 

 

Carolina Pimentel

Repórter da Agência Brasil

Brasília - A partir de agora, hospitais, clínicas e serviços de saúde públicos e privados da Bahia serão obrigados a notificar casos de infecção por micro-organismos resistentes, inclusive os da superbactéria Klebsiella pneumoniae carbapenemase (KPC). A Secretaria de Saúde do estado baixou portaria tornando obrigatório o registro.

De acordo com a secretaria, deverão ser notificados os casos suspeitos e confirmados, enviados ao Núcleo Estadual de Controle de Infecção Hospitalar, na Diretoria de Vigilância Sanitária e Ambiental. O órgão destaca que cabe às comissões de controle de infecção dos hospitais implantar medidas para reduzir a disseminação dos micro-organismos resistentes aos antibióticos.

Para conter os casos de KPC no país, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) tornou obrigatório o uso de álcool (líquido ou gel) para a assepsia dos profissionais de saúde, visitantes e pacientes nos hospitais públicos e privados. Outra resolução da agência determinou que, a partir de 28 de novembro, as farmácias e drogarias terão de reter uma das vias da receita médica para a venda de antibiótico. A ideia é evitar o uso indiscriminado dos remédios – apontado como uma das causas para o aparecimento de micro-organismos resistentes.

A carbapenemase (o C da KPC) é uma enzima que dá a alguns tipos de bactéria resistência a antibióticos de uso habitual. Os casos, até agora, estão restritos a pessoas hospitalizadas com baixa imunidade, como pacientes de unidades de terapia intensiva (UTIs). A superbactéria pode ser transmitida por contato direto ou pelo uso de objetos em comum. Especialistas apontam que lavar as mãos com água e sabão é a medida mais eficaz para evitar a disseminação da KPC e dos micro-organismos resistentes no ambiente hospitalar.

Há registros de casos de contaminação pela bactéria nos seguintes estados: Minas Gerais, São Paulo, Espírito Santo, Goiás, Santa Catarina, Paraná, Paraíba e Pernambuco. O Distrito Federal registrou o maior número de ocorrências – mais de 180 casos e 18 mortes.

Edição: João Carlos Rodrigues