Senadores eleitos do Rio de Janeiro integram a base do governo, mas têm perfis opostos

04/10/2010 - 0h16

Paulo Virgilio
Repórter da Agência Brasil

Rio de Janeiro – O resultado da eleição de hoje (3) conduz ao Senado, na condição de candidato mais votado, o ex-prefeito de Nova Iguaçu, Lindberg Farias. Há seis anos no cargo, para o qual foi eleito em 2004 e reeleito em 2008, ele deixou a prefeitura do município, o mais populoso da Baixada Fluminense, em abril deste ano, para concorrer ao Senado pelo PT.

Paraibano, radicado no estado do Rio de Janeiro, com 40 anos de idade, Lindberg começou sua trajetória política como líder estudantil. Foi presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE) e em 1992 liderou o movimento dos caras-pintadas, na mobilização pelo impeachment do então presidente Fernando Collor de Mello. Dois anos depois, foi eleito deputado federal pelo PCdoB, tendo sido o mais votado da esquerda no estado. Em 1997, trocou o PCdoB pelo PSTU, mas não conseguiu se reeleger no ano seguinte porque a sua legenda não atingiu o coeficiente eleitoral.

Em 2001, Lindberg Farias filiou-se ao PT, para apoiar a candidatura à Presidência de Luiz Inácio Lula da Silva. No ano seguinte, retornou à Câmara dos Deputados com mais de 83 mil votos. Em 2004, candidatou-se à prefeitura de Nova Iguaçu, numa coligação que incluía, além do PT, PSB, PCdoB, PSDB e PFL. Foi eleito no segundo turno.

A educação foi um tema de destaque nos seis anos de gestão de Lindberg Farias em Nova Iguaçu. O programa Bairro Escola recebeu os prêmios Caixa Melhores Práticas em Gestão Local e Tecnologia Social, da Fundação Banco do Brasil.

Com mais de 22% dos votos válidos, o senador Marcelo Crivella, do PRB, foi reeleito para um novo mandato no pleito de hoje. Engenheiro civil, pastor evangélico e cantor gospel, Crivella é sobrinho de Edir Macedo, fundador e bispo licenciado da Igreja Universal do Reino de Deus.

Crivella, de 52 anos, entrou para a vida pública, em 2002, como candidato ao Senado, para o qual foi eleito com mais de 3 milhões de votos, pelo PL. No mesmo pleito, a outra vaga ficou com o atual governador Sérgio Cabral.

Desde então, tentou, sem sucesso, eleger-se governador do estado, em 2006, e prefeito da capital fluminense, em 2004 e 2008. Na eleição para o governo, em 2006, embora apontado pelas pesquisas como o segundo mais votado, na reta final da campanha foi ultrapassado pela candidata do PPS, Denise Frossard, que acabou disputando o segundo turno com Sérgio Cabral. Em 2008, na disputa pela prefeitura do Rio, ficou novamente em terceiro lugar, atrás de Eduardo Paes, do PMDB, e de Fernando Gabeira, do PV, que foram para o segundo turno.

Desde 2005, integra o Partido Republicano Brasileiro (PRB), o mesmo partido do vice-presidente José Alencar e que se define como de centro-esquerda, integrando a base de apoio ao presidente Lula.

No Senado, a atuação de Marcelo Crivella tem como pontos de destaque a atenção aos cidadãos brasileiros no exterior e a oposição a projetos contrários às suas convicções religiosas, como a união civil de homossexuais e a criminalização da homofobia.

 

 

Edição: Rivadavia Severo