Indústria fluminense cresce, amplia empregos e retoma nível pré-crise mundial

29/09/2010 - 20h26

Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil

Rio de Janeiro - As vendas reais da indústria fluminense se mantiveram estáveis em agosto, com elevação de apenas 0,1% em relação a julho, na série com ajustes sazonais. No primeiro semestre, foi retomado o patamar anterior à crise financeira internacional. Já em comparação com agosto do ano passado, a alta nas vendas foi de 13,9%, de acordo com o boletim Indicadores Industriais divulgado hoje (29) pela Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan). No acumulado do ano, a expansão foi de 20,7%.

“Apesar da estabilidade nas vendas reais, os indicadores apresentaram uma combinação interessante para a indústria fluminense: aumento das horas trabalhadas, da utilização da capacidade instalada e do emprego, o que se traduz em expectativa de continuidade do crescimento nos próximos meses, até o final do ano. Principalmente para atender à demanda do comércio varejista”. A análise foi feita pelo chefe da Divisão de Estudos Econômicos da Firjan, Guilherme Mercês, à Agência Brasil.

Em agosto, foram gerados no estado 5,8 mil postos de trabalho. O aumento foi de 1,34% em relação a julho, atingindo 9,21% sobre agosto de 2009. No acumulado janeiro/agosto, o crescimento observado foi de 6,5%. Esse foi o 16º mês consecutivo de aumento do pessoal ocupado na indústria do Rio.

As horas trabalhadas evoluíram 2,5% ante julho e 20,6% em comparação a agosto do ano passado, enquanto a utilização da capacidade instalada subiu de 83,7% em julho para 84% em agosto. Nesse mesmo mês do ano passado, o nível de utilização da capacidade era de 80,1%.

O economista da Firjan revelou que o aumento do emprego ocorreu em quase todos os setores industriais fluminenses, com destaque para os segmentos automobilístico e têxtil, que já têm condições de atender às encomendas de fim de ano. “Caracterizam demandas típicas de final de ano: compra de carros e de roupas. Principalmente agora, com a ascensão da classe C, a tendência é que haja um consumo grande de produtos têxteis nas compras de Natal”.

Com o aumento das horas trabalhadas e do pessoal empregado, Mercês estimou que é possível esperar uma ampliação das vendas nos próximos meses. “Esse é um cenário de crescimento das vendas”.

Edição: Vinicius Doria