Serra admite urgência na reforma agrária, mas diz que vai priorizar produtividade nos assentamentos

29/07/2010 - 20h33

Elaine Patricia Cruz

Repórter da Agência Brasil

São Paulo – Apesar de reconhecer a urgência de se fazer a reforma agrária no país, o candidato do PSDB à Presidência da República, José Serra, disse hoje que a sua proposta prioritária nessa área é de aumentar a produtividade dos assentamentos que já existem no Brasil.

“Hoje, tem muitos assentamentos cujos proprietários vivem de cesta básica. Então, essa questão é vital, junto com os novos assentamentos que precisam ser feitos”, defendeu o candidato logo após ter participado de uma sabatina promovida pelo portal R7 e pela Record News hoje (29), em São Paulo.

Serra também afirmou que, apesar de considerar o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) uma organização política e não social, pretende dialogar com seus integrantes. Mas reforçou que não haverá recursos do governo destinados ao MST. “É um movimento político que tem toda a liberdade para expor suas ideias e para se organizar. Mas não vou subsidiar com recursos dos contribuintes, como é feito hoje”.

O candidato do PSDB também disse que, se eleito, pretende expandir o programa conhecido como Mãe Brasileira, implantado em São Paulo e Curitiba. O programa prevê que a mulher, quando grávida, terá direito de fazer seis exames pré-natais, além de ter seu parto assistido. “Vai ter inclusive um enxovalzinho para o caso das famílias mais carentes”, disse.

 

Serra também prometeu instalar em todo país as centrais de análise de exames de imagem e os ambulatórios médicos de especialidades (AMEs), nos moldes dos que existem em São Paulo. “Vamos fazer 154 [AMEs]. Esse programa implica no encurtamento da espera para consultas e exames”, explicou.

O candidato voltou a criticar aos altas taxas de juros do Brasil. “A política monetária, fiscal e de receita do governo é desarticulada e todo mundo sabe. E houve oportunidades extraordinárias para que os juros caíssem, como durante a crise [financeira]”, afirmou. Segundo ele, o Brasil poderia ter feito o que outros países fizeram na crise: abaixar os juros. Naquela época, abaixar os juros não teria efeito sobre a inflação, que é sempre o problema que se coloca quando se fala em abaixar os juros”, afirmou.

 

 

Edição: Aécio Amado