Grandes investimentos viram tema de debate em simpósio no Rio

25/06/2010 - 0h13

Da Agência Brasil

Rio de Janeiro - O governo federal busca intensificar a integração local dos investimentos no planejamento de desenvolvimento do país. Este foi o ponto central em debate no colóquio Desenvolvimento Local e Regional no Contexto de Grandes Investimentos, realizado hoje (24) na capital fluminense.

Promovido pela Secretaria do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social da Presidência da República, o simpósio serviu para realçar algumas iniciativas do governo federal, como o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), os investimentos da Petrobras e a atuação do governo na área habitacional, mas também para a formulação de críticas à falta de investimentos públicos no segmento de transportes, principalmente o ferroviário.

Na opinião de Francisco Luiz Costa, da Secretaria Nacional de Política dos Transportes, o Brasil está mal posicionado no cenário internacional do setor devido à falta de investimentos públicos nos últimos anos. Costa aponta como fatos positivos os avanços na melhoraria da demanda interna e externa, a diminuição da ineficiência, a ampliação da exportação e importação, além do estímulo ao turismo e consolidação da integração com os países vizinhos na América do Sul.

“O transporte tem que ser visto como um facilitador e não obstáculo. Entre outros fatores, é preciso expandir a malha ferroviária, atendendo as fronteiras agrícolas e a exploração mineral no país”, disse.

Celso Lucchesi, gerente executivo de Estratégia da Petrobras, destacou que está previsto para até 2014 um investimento de US$ 500 bilhões pela estatal do petróleo e espera-se que 70% desse capital sejam direcionados para os fornecedores brasileiros. Até 2014, a Petrobras estima empregar mais 13 mil pessoas.

De acordo com Junia Santa Rosa, diretora da Secretaria Nacional de Habitação, o país tem avançado no diálogo interfederativo que estava fragilizado e o atual desafio é a cooperação técnica para que os municípios apliquem de maneira eficiente os recursos viabilizados pelo governo federal.

“Estamos consolidando uma política nacional de subsídios para trabalhar a habitação. Conseguimos avançar muito no PAC, temos ainda problemas com licenciamentos em algumas áreas, mas já existem obras executadas e pessoas morando nos locais”, afirmou Junia Santa Rosa.

A regionalização do país para efeito de política pública e o transporte reordenando o desenvolvimento são fundamentais para o crescimento do país, segundo Clélio Campolina, reitor da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

 

Para ele, o Brasil é um país tipicamente urbano e suas singularidades territoriais são essenciais num projeto de desenvolvimento. “É preciso uma nova regionalização, uma compatibilização do pacto federativo, identificando as prioridades e qualificando os recursos humanos. Para isso, seria importante criar um fundo nacional de desenvolvimento regional, o que exigiria uma reforma tributária, um dos nossos maiores desafios”, defendeu Campolina.

 


Edição: Aécio Amado