Oposição adota medidas contra suposto dossiê e pede fiscalização de gastos da pré-campanha

09/06/2010 - 22h28

Iolando Lourenço

Repórter da Agência Brasil

 

Brasília - A oposição, comandada por lideranças do PSDB, partiu hoje (9) para o ataque contra as denúncias de elaboração de dossiês na campanha pré-eleitoral, além de pagamento de consultores norte-americanos e encontros com ex-agentes de serviços de inteligência. Os oposicionistas também pediram fiscalização de contratos do governo com empresas privadas. O líder do governo na Câmara, deputado Cândito Vaccarezza (PT-SP), reagiu à ofensiva da oposição e disse que o debate eleitoral deve ser feito em cima de projetos e propostas para o Brasil. “Nosso foco é o crescimento do país, com geração de emprego e renda”, afirmou ele.

 

A primeira frente de atuação foi a Comissão de Fiscalização Financeira e Controle (CFFC) da Câmara , em que a oposição aprovou requerimento do deputado Vanderlei Macris (PSDB-RJ) convocando o ministro-chefe da Controladoria-Geral da União, Jorge Hage, para prestar informações a respeito das investigações sobre contratos do governo federal com a empresa Dialog Comunicação e Eventos.

 

A oposição, segundo o seu líder na Câmara, deputado Gustavo Fruet (PSDB-PR), também aprovou outros requerimentos na CFFC, convidando os dois consultores norte-americanos da área de internet e redes sociais para darem explicações sobre contratos para prestação de serviços na pré-campanha petista. “Queremos saber que tipo de contrato de prestação de serviços eles firmaram? Com quem? E quem pagou a conta?”, disse o líder da oposição.

 

A oposição também aprovou hoje, na Comissão Mista de Controle e Fiscalização de Atividades de Inteligência do Congresso Nacional, requerimentos de convites ao ex-delegado da Polícia Federal Onésimo Sousa e e ao sargento da reserva Idalberto Matias de Araújo, o Dadá, para que esclareçam a reunião ocorrida em abril entre eles e o jornalista Luiz Lanzeta. Os requerimentos foram apresentados pelo deputado Gustavo Fruet.

 

O líder da minoria disse que o objetivo é que eles confirmem ou não as declarações deles ou as notícias que foram publicadas a respeito da reunião com o jornalista. Fruet informou que também é objetivo da oposição saber qual é o papel de ex-membros da área de inteligência na prestação de serviços. A audiência está prevista para a próxima quarta-feira (16).

 

“Para nós, é importante saber qual é o limite deles [ex-agentes] atuarem em trabalhos privados, tendo tido uma relação com o governo e, nesse caso, tentar estabelecer um freio sob pena de balizar a campanha, como se fosse normal no Brasil a troca de acusações e a elaboração de dossiês”, explicou o líder da oposição.

 

Outra medida adotada pela oposição foi a entrada hoje no Tribunal de Contas da União de pedido de auditoria nas contas e contratos da empresa Dialog e Gráficas do Brasil com o governo federal.

 

Fruet disse que essas medidas visam também a pôr um freio nos abusos e “mostrar que está havendo um monitoramento e que todos estarão, a partir de agora, seja governo ou oposição, na marca do pênalti em relação a essas práticas.”

 

Vaccarezza afirmou, por sua vez, que não tem ninguém do PT ou da pré-campanha de Dilma Rousseff a presidente da República envolvido nesse suposto dossiê ou levantamento de dados. Em relação à fiscalização sobre contratos com empresas, o líder do governo afirmou que o empresário citado nas reportagens não faz parte da campanha de Dilma e que o jornalista Luiz Lanzeta também não integra a campanha. A empresa dele é que foi contratada para recrutar profissionais para a campanha.”

 

Edição: João Carlos Rodrigues