Força Sindical, CUT e Fiesp criticam alta nos juros

09/06/2010 - 22h07

Bruno Bocchini
Repórter da Agência Brasil

São Paulo – As duas principais centrais sindicais do país, a Central Única dos Trabalhadores (CUT) e a Força Sindical criticaram na noite de hoje (9) a elevação da taxa básica de juros. O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) aumentou a taxa básica de juros (Selic) para 10,25% ao ano.

“É uma insanidade a decisão dos membros do Copom em aumentar a taxa básica de juros. Lamentamos a insistência dos tecnocratas em travar o crescimento, utilizando métodos para conter supostas pressões inflacionárias que são perversos para com os trabalhadores”, diz a Força Sindical, em nota.

A central sindical ainda ressalta que medida do BC “bajula” os especuladores financeiros. “É frustrante, neste momento auspicioso da nossa economia, presenciarmos o Banco Central tomar medidas nefastas como esta, com o intuito de frear a produção e o consumo, e bajular os eventuais especuladores. Aliás, estamos virando um paraíso para os especuladores”, diz o texto.

A CUT, que também criticou duramente a decisão, afirmou que o aumento da Selic faz parte de uma política "assistencialista" para banqueiros. “Existe uma forte pressão por parte do setor financeiro e seus representantes para que esse ciclo de aumento da taxa básica de juros permaneça. Pelos cálculos do economista Amir Khair, se a taxa chegar a 11,75% até o final deste ano, o Brasil gastará a mais com a rolagem da dívida o equivalente a R$ 13 bilhões”, afirma a nota da CUT.

A Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), também desaprovou a medida. De acordo com a entidade, justificar o aumento da Selic baseado nos resultados da inflação não é correto. Segundo a Fiesp, a pressão inflacionária no início do ano ocorreu por causa de ajustes pontuais e sazonais, como mensalidades escolares, passagens de ônibus, produtos in natura e álcool.

A federação ainda ressaltou que os números mais recentes do PIB apontam para um crescimento de aproximadamente 26% dos investimentos no acumulado dos últimos quatro trimestres, indicando confiança dos empresários na capacidade de atender ao crescimento da demanda de consumo do país.

“Diante desse cenário, a Fiesp continua, responsavelmente, argumentando que o ciclo de aumentos na taxa básica de juros (Selic) contraria a lógica dos números da economia brasileira e prejudica o desenvolvimento, incluindo o aspecto relevante da geração de empregos”.
 

 

Edição: Rivadavia Severo