Nova pesquisa da Fiesp revela que indústria está com 30% de capacidade ociosa

27/04/2010 - 21h58

Bruno Bocchini
Repórter da Agência Brasil

 

São Paulo – Uma pesquisa divulgada hoje (27) pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), denominada Nível de Utilização da Produção Plena (Nupp), realizada com metodologia inédita, mostra que a indústria está utilizando 69,2% de sua capacidade.

O levantamento se contrapõe à tradicional pesquisa Nível de Utilização da Capacidade Instalada (Nuci), realizada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). Na última edição da Nuci, a indústria operava com 79,23% de sua capacidade de produção.

As duas pesquisas utilizaram a mesma base de 247 empresas para a realização dos índices, tendo fevereiro como mês referência.

De acordo com a Fiesp, a pesquisa Nuci considera apenas as condições atuais de operação da indústria, não levando em conta a possibilidade de contratação de pessoal e a utilização de maior número de máquinas disponíveis, fatores levados em conta pela Nupp. Segundo a federação, a nova pesquisa tem sua metodologia baseada no US Censo Bureau, que realiza levantamento similar nos Estados Unidos.

A Nuci é um dos fatores considerados pelo Banco Central para a definição da taxa básica de juros (Selic). Um índice alto indicaria que uma menor taxa de juros poderia aquecer a economia gerando uma demanda maior do que as indústrias poderiam suportar. Com os novos dados divulgados hoje, a Fiesp mostra, com a Nupp, que há uma folga 14,5% maior na capacidade de produção das indústrias do que a estimada pela Nuci.

“O Banco Central está errado nas vezes que interpreta a Nuci como sendo uma medição absoluta da capacidade instalada quanto ao seu limite possível. Ele está sendo equivocado ao fazer tal interpretação”, disse o diretor do Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos (Depecon) da Fiesp, Paulo Francini.

De acordo com o diretor do Depecon, o lançamento da nova pesquisa às vésperas da divulgação de uma nova taxa de juros, prevista para amanhã (28), não foi planejada. “Pensamos se valeria a pena divulgar perto do Copom, mas ficou pronto agora”, afirmou.

 


Edição: Aécio Amado