Chuvas voltam a deixar em alerta a cidade de Ilhota (SC), parcialmente destruída em 2008

26/03/2010 - 18h07

Alex Rodrigues

Repórter da Agência Brasil

Brasília - Quinze meses após ser castigada pelas chuvas que atingiram Santa Catarina no final de 2008 e que deixou um saldo de 35 mortos na cidade, Ilhota, no Vale do Itajaí, ainda sofre com as consequências da catástrofe. Com parte dos danos ainda não recuperados, a cada forte chuva os riscos de novos estragos aumentam.

Ontem (25), a prefeitura decretou situação de emergência, alterado hoje para estado de atenção, devido à quantidade de alagamentos e a três deslizamentos de terra causados pelas chuvas dos últimos dias. Segundo a Defesa Civil municipal, embora a situação no momento esteja sob controle, há previsão de chuvas fortes que podem chegar a até 100 milímetros nas próximas 24 horas. Somente durante a madrugada quarta-feira (24) choveu 78 milímetros, o que deixou ao menos 152 famílias desalojadas.
 
Segundo Tatiana Reichert, presidente da Associação dos Desabrigados e Atingidos da Região de Baús, um dos bairros mais afetados em 2008, o risco de novas ocorrências ainda é uma realidade.
 
“Mais de um ano depois da tragédia nós ainda estamos tentando recuperar algumas áreas, mas o que de fato precisamos é de ações de prevenção. Ainda há movimentação de terra, pequenos deslizamentos e ribeirões assoreados, o que faz com que qualquer chuva alague ruas e avenidas”, afirmou Tatiana à Agência Brasil.

Por telefone, o coordenador da Defesa Civil no município, Paulo Roberto Bruno, confirmou que “a ferida ainda está aberta”, principalmente na região do Complexo do Baú.

“Estamos mapeando estas áreas. Ontem mesmo eu fui aos ministérios da Integração e das Cidades pedir recursos para podermos realizar um levantamento das áreas de risco. Estamos discutindo inclusive a possibilidade de evacuar a área se ficar constatado o risco”, disse Bruno, alegando que a prefeitura tem recebido recursos federais e estaduais, mas que nem sempre a liberação ocorre na velocidade desejada.