Hélio Costa apresenta proposta de reestruturação dos Correios para Lula

08/02/2010 - 21h58

Ivan Richard
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O ministro das Comunicações, Hélio Costa, apresentou hoje (8) ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva uma minuta do texto de medida provisória (MP) que visa a promover a reestruturação e modernização da estrutura administrativa da Empresa Brasileira de Correios. A previsão do ministro é de a MP seja assinada pelo presidente ainda neste mês e entre em vigor até o final do ano.Com a proposta, disse o ministro, a ideia é de que a receita dos Correios, hoje em R$ 12,5 bilhões por ano, cresça algo em torno de 50% no prazo de um ano e meio. De acordo com Hélio Costa, a proposta apresentada ao presidente muda o regime jurídico dos Correios, que deixaria de ser uma empresa pública de direito privado para torna-se uma empresa de sociedade anônima de capital fechado. “Estamos propondo a mudança porque estamos perdendo cerca de R$ 400 milhões de correspondências por ano que são entregues normalmente pelos Correios, uma vez que a modernização dos sistemas de comunicação eletrônica têm custado aos Correios clientes importantes”, disse o ministro ao final da reunião com Lula.“Queremos mais flexibilidade para se modernizar e competir com empresas estrangeiras do setor e resolver alguns problemas clássicos dentro da empresa, como no caso de logística”.Uma das mudanças previstas, é a possibilidade das agências dos Correios venderem, seguros e recarga de celular, que hoje são proibidas. “Temos que modernizar a empresa para recuperar os clientes, aumentar nossa receita anual, caso contrário, os Correios estão fadados, em dois anos, a ser uma carga pesada para o governo”, alertou o ministro.Outra alteração prevista na proposta, de acordo com o Hélio Costa, é a possibilidade de os Correios atuarem no exterior. “Nesse momento não temos essa capacidade. Hoje, somos os principais consultores dos correios latino-americanos e, no entanto, não podemos ter atuação no exterior”.Segundo ele, a proposta vai permitir que a empresa tenha uma atuação “mais presente” principalmente na captação de remessas de valores dos brasileiros que moram foram do país, que chegam, por ano, a US$ 6 bilhões.