Candidatos à Presidência do Chile correm atrás de eleitores indecisos, mas clima é de apatia

15/01/2010 - 23h15

Renata Girandi
Enviada Especial
Santiago (Chile) - A menos de 48 horas das eleições no Chile, aliados ecorreligionários dos dois candidatos que disputam a Presidência daRepública fazem campanha de corpo a corpo com os eleitores para evitaros votos em branco e nulo. O esforço é maior dos que apoiam o candidatogovernista, o ex-presidente Eduardo Frei (Concertación), embora aequipe do oposicionista, Miguel Sebastián Piñera (Alianza) tambémesteja atuando.A ideia é evitar que os chamados insatisfeitosinfluenciem os indecisos, uma vez que pesquisas de opinião indicam quea disputa entre os dois candidatos vai ocorrer até o último momento.Dados recentes mostram que Piñera aparece com 50,9% das intenções devoto e Frei tem 49,1%. A busca pela conquista do eleitoradoaumentou depois que a equipe de Frei recebeu informações de que haviauma tendência de queda entre seus eleitores. Os aliados doex-presidente apelaram para que o candidato Marco Enquiquez-Ominamideclarasse oficialmente seu apoio a Frei. Ominami foi a público, masnão teria convencido o eleitorado pois evitou citar o nome de Frei eainda reiterou críticas anteriores.Ominami deixou aConcertación, ainda durante as prévias para a escolha do candidato dacoligação, por discordar do nome de Frei. Ele se lançou na disputa eficou em terceiro lugar apontado como uma surpresa por conquistar oseleitores insatisfeitos com propostas tradicionais e pouco inovadoras.Nas ruas de Santiago os eleitores não escondem o desânimo e a dúvida sobre as eleições que ocorrem no próximo domingo (17).“A verdade é que as eleições resolvem pouco os problemas das pessoas”,disse o engenheiro Wladimir Díaz. “Não sei, acho que na política sepromete, promete e sempre tudo volta ao mesmo ponto”, afirmou o taxistaJuán Figueroa.À Agência Brasil especialistas afirmaram que odesânimo e a descrença do eleitorado são causados por 20 anos de umamesma equipe política no poder, no caso a Concertación. Essecomportamento viria desde a eleição da presidente Michelle Bachelet,em 2004. Na ocasião, Bachelet não fazia parte dos nomesprováveis para disputar a Presidência da República e acabou escolhidapelo discurso de que não integrava o grupo dos políticos tradicionais.“Eu vou fazer um governo-cidadão”, que foi o lema da presidente durantesua campanha.