Economistas acreditam em aumento da gasolina em fevereiro, mas sem efeito na inflação anual

14/01/2010 - 0h28

Riomar Trindade
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - Opreço da gasolina na bomba para o consumidor deverá ter um aumentode aproximadamente 2% em fevereiro, como reflexo da redução damistura de álcool à gasolina, que cairá de 25% para 20%. Aopinião é do economista André Braz, do Instituto Brasileiro deEconomia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV).“Dado que a gasolina pesa 3% no Índice de Preços ao Consumidor(IPC/FGV), este aumento momentâneo deverá impactar em 0,06 pontopercentual no IPC do mês. Depois do dia 1º de maio, esse impactocomeçará a ser dissipado e seu efeito tende a ser nulo na inflaçãode 2010”.Na opinião de AndréBraz, o maior benefício da redução do percentual de mistura éimpedir aumentos maiores no preço do álcool combustível, cujademanda cresce com a ampliação da frota de carros flex.A redução do percentual de álcool anidro misturado à gasolina,que ocorrerá entre os dias 1º de fevereiro e 1º de maio, deveaumentar a oferta de álcool, reduzindo o preço a médio prazo.Como efeito colateral,uma vez que a gasolina pura é mais cara que o álcool anidro, oderivado de petróleo comprado no posto deverá ficar mais caro.“É uma questão detempo, o suficiente para a renovação dos estoques no varejo”,avalia o pesquisador da FGV Maurício Canêdo.A especialista da FGVem petróleo e gás, Adriana Perez, por sua vez, acredita que o maiordirecionamento de consumo da gasolina – ocorrido em janeiro - foiuma consequência natural, uma vez que o consumidor percebeu que,neste momento, o preço do álcool subiu, em média, muito mais(+3,31 %) nas últimas quatro semanas.