Suplicy sugere que Battisti se defenda pessoalmente no STF amanhã

17/11/2009 - 21h03

Ivan Richard
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Ossenadores e deputados que estiveram na tarde de hoje (17) no presídioda Papuda, em Brasília, pediram ao ex-ativista político italiano, CesareBattisti, que ele continue tomando soro, conforme recomendações médicas.A ideia é de que ele tenha condições físicas de falar amanhã (18) noSupremo Tribunal Federal (STF), caso os ministros da Corte aceitem asugestão, feita pelo senador Eduardo Suplicy (PT-SP), para que oitaliano tenha oportunidade de se defender pessoalmente na retomada doseu julgamento de extradição.Em greve de fome desde a última sexta-feira(13), Battisti havia aceitado tomar soro ontem, mas decidiu suspender otratamento para tentar sensibilizar o presidente do STF, ministroGilmar Mendes, que deve proferir amanhã seu voto no processo deextradição.O julgamento está empatado, com quatro ministros afavor da concessão de refúgio político ao italiano e outros quatrodefendendo a tese de que Battisti cometeu crimes comuns e, portanto,deve voltar a seu país.“Insistimos a ele [Battisti] queaceitasse receber o soro, sobretudo, para que possa estar com forçasamanhã se, porventura, os ministros aceitem ouví-lo”, disse Suplicy. Opetista informou à Agência Brasil que encaminhou hoje aGilmar Mendes o discurso que fez na tribuna do Senado pedindo que fosseconcedido a Battisti o direito de falar pessoalmente no STF antes dovoto do presidente da Corte.Suplicy contouque o italiano está abatido fisicamente, mas confiante na decisão doSTF. “Ele está mais abatido fisicamente, um pouco enfraquecido e maismagro. Entretanto, ele está moralmente forte e confiante de que oSupremo deverá tomar uma decisão favorável ao direito de refúgio”,disse o senador, que é favorável à concessão de asilo político aoex-ativista.Battisti foi condenado à prisão perpétua naItália, em 1993, acusado de quatro assassinatos. Exilado, viveu naFrança, no México e foi preso em 2007 no Brasil. Em janeiro, o ministro da Justiça, Tarso Genro, concedeu refúgio político a ele.