Iolando Lourenço e Ivan Richard
Repórteres da Agência Brasil
Brasília - A Mesa Diretora da Câmarados Deputados enviou hoje (20) à Casa Civil da Presidênciada República um ofício solicitando informaçõessobre a agenda oficial da ministra Dilma Rousseff e requisitando asgravações do circuito interno e externo do Paláciodo Planalto, que monitoram o acesso de veículos e pessoas. Asgravações se referem aos meses de novembro e dezembrodo ano passado. A Casa Civil tem até o dia 21 de setembro pararesponder à Câmara.O documento da Mesa foibaseado em requerimento do líder do DEM, deputado RonaldoCaiado (GO), que pretende comprovar se houve ou não o encontroentre a ex-secretária da Receita Federal Lina Vieira e aministra Dilma Rousseff. Lina Vieira sustenta que se reuniu,reservadamente, com a ministra. No encontro, segundo a ex-secretária,Dilma Rousseff pedi para que “agilizasse” as investigaçõessobre o filho do senador José Sarney (PMDB-AP). A ministraDilma Rousseff nega que tenha conversado reservadamente com LinaVieira.Conforme prevê a ConstituiçãoFederal, as mesas da Câmara e do Senado têm aprerrogativa de encaminhar pedidos escritos solicitando informaçõesa ministros de Estado. A recusa ou o não atendimento dasolicitação, no prazo de um mês, éconsiderado crime de responsabilidade da autoridade competente.Informações falsas também serão imputadasno mesmo crime.O requerimento do líder do DEM foiapresentado ao plenário da Câmara e recebeu parecerfavorável do primeiro-vice presidente, Marco Maia (PT-RS), e,posteriormente, foi acolhido pelos os integrantes da Mesa.Emdepoimento prestado na Comissão de Constituiçãoe Justiça (CCJ) do Senado, Lina Vieira voltou a confirmar oencontro e o pedido da ministra. No entanto, a ex-secretáriada Receita descartou que Dilma Roussef tenha pedido para que houvessea interrupção das investigações.Paraos aliados do governo, como o líder governista, Romero Jucá(PMDB-RR), o depoimento confirma a tese de que não houve a talreunião. Já os senadores da oposição,avaliaram que Lina Vieira falou a verdade e que para esclarecer asdúvidas, será necessária uma acareaçãoentre a ministra e a ex-secretária da Receita.