Crise pode reduzir IDH do Brasil se não forem tomadas medidas de proteção social

18/12/2008 - 21h22

Vladimir Platonow
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) brasileiro, divulgado hoje (18), mostrando um pequeno avanço do país, que está na 70a posição no mundo, pode não se sustentar nos próximos anos, se o governo não privilegiar investimentos de proteção social, em infra-estrutura, saúde e educação.A avaliação é do economista Marcelo Paixão, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Segundo ele, o IDH divulgado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) é referente ao ano de 2006, quando a economia brasileira e mundial estava em ritmo de ascensão. O problema, segundo Paixão, será o índice revelado em 2010, justamente um ano eleitoral, que refletirá a crise econômica de 2008. “Pelo momento econômico que vivemos [em 2006], poderíamos ter avançado mais que outros países. Agora é preciso preservar a área social de cortes por causa da crise”, disse.Para que o IDH futuro não se reduza, o economista dá a receita: “temos que investir em saneamento básico, para que a mortalidade infantil caia, e políticas para a juventude, para evitar a mortalidade por violência, principalmente entre pobres e negros”. Segundo Paixão, um dos fatores que contribuem para reduzir o IDH brasileiro é justamente a violência, que diminui em até dois anos a expectativa de vida da população.