Vendas de carros novos em Brasília aumentam após redução do IPI

15/12/2008 - 23h03

Alex Rodrigues
Repórter da Agência Brasil
Brasília - “Este é o momento para quemquer adquirir um carro novo”. A frase do presidente do Sindicatodos Concessionários e Distribuidores de VeículosAutorizados do Distrito Federal (Sincodiv/DF), Ricardo de OliveiraLima, reflete o entusiasmo de vendedores e consumidores brasiliensescom a redução do Imposto sobre ProdutosIndustrializados (IPI) cobrado sobre os veículos novos.

Lima classificou como “fantásticos”os efeitos do pacote federal. Segundo ele, o fim da cobrança doIPI no caso de carros até mil cilindradas, a reduçãode 13% para 6,5% para os carros entre mil e duasmil cilindradas, e de 11% para 5,5% nos modelos biocombustível(flex) e movidos a álcool foi uma medida “extremamentemadura”, capaz de estimular o setor a continuar investindo,evitando demissões.

“Com a queda nas vendas, jáestávamos revendo os investimentos. Falava-se inclusive emdemissões”, afirmou Lima, alegando que será precisoesperar até março, quando termina a vigência dopacote e do corte temporário do IPI, para saber se seráou não necessário estender os efeitos da medidaanunciada semana passada.

“Tanto pode ser preciso manter oauxílio, como a situação mundial pode dar umaguinada para melhor e isso não ser mais necessário”,disse.

O presidente do Sincodiv/DF criticouo fato do governo do Distrito Federal não colaborar com sua“cota de auxílio”, a exemplo do que fizeram os estados deSão Paulo.

“Aqui, esse estímulo aoconsumo poderia ser feito por meio da redução do IPVA.O BRB [Banco de Brasília] também poderiafinanciar, oferecendo créditos mais barato aos brasilienses”,afirmou.

Para o gerente-geral de uma dasmaiores concessionárias de Brasília, Ildemar AntônioFernandes, as mudanças no imposto federal fizeram com que asvendas quase dobrassem no último fim de semana na comparaçãocom o anterior.

“A propaganda nos ajudou muito.Quando o ministro falou, acabou virando uma propaganda [favorável].Vendemos 134 carros contra 70 do final de semana passado. O salãoficou lotado”, disse.

De acordo com Fernandes, o reflexodas medidas implementadas para estimular as vendas de carros zeroquilômetro e evitar demissões foi “imediato e positivopara todos” e os preços realmente baixaram.

Na concessionária Fiat queFernandes gerencia, os modelos mais vendidos são o Uno MilleMil e o Palio. De acordo com o gerente, o Uno básico, modeloduas portas, baixou de R$ 23.470 mil para R$ 21.754 mil, ou seja, R$1.716 mil mais barato.

Já um Palio 1.0, quatroportas, que antes custava R$ 28.660 mil agora está sendovendido por R$ 26.564, ou seja, R$ 2.096 mil a menos. Já umStilo 1.8, modelo flex, baixou de R$ 53.870 mil para R$ 50.895 mil.

Há pouco mais de um mês,o banco estadual Nossa Caixa abriu uma linha de crédito de R$4 bilhões com para 15 financeiras ligadas à AssociaçãoNacional de Fabricantes de Veículos Automotivos (Anfavea).Semana passada o governo paulista anunciou mudanças na cobrança deimpostos e a criação de uma linha de créditovoltada às indústrias de máquinas e equipamentose de autopeças. De um total de R$ 1,2 bilhão a seremdisponibilizados pela Nossa Caixa, R$ 1 bilhão serádestinado a 396 indústrias filiadas ao Sindicato Nacional daIndústria de Componentes para Veículos Automotores(Sindpeças).

Uma dentre os muitos clientes quepassaram o último fim de semana pesquisando preços, aempresária Reully Kelly Soares, 20 anos, disse que estavasatisfeita com o que economizou ao comprar seu primeiro carro, umFiat Uno Way.

“Já tem uns seis meses queeu vinha pesquisando. Agora vim fechar negócio porque as taxasbaixaram e eu achei que o preço está bom. Cheguei a veresse mesmo modelo por um pouco mais de R$ 26 mil. Agora ele estásaindo por R$ 24 mil”, disse.

Quem também ficou feliz com a medida foi o vendedor Altair Coelho dos Santos, que esperaaumentar os ganhos mensais graças ao aumento das vendasdecorrentes das mudanças. “As vendas deram uma aquecidanesse final de semana. Esperamos arrebentar para garantir o Natal dascrianças”, afirmou.