Ainda não há data marcada para Mantega e Meirelles debaterem crise financeira na Câmara

08/10/2008 - 21h22

Iolando Lourenço
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O presidente da Câmara, deputado ArlindoChinaglia (PT-SP), disse hoje (8) que ainda não está definida a data em que oministro da Fazenda, Guido Mantega, e o presidente do Banco Central,Henrique Meirelles, deverão comparecer à Câmara para discutir a criseeconômica mundial com os parlamentares. Segundo Chinaglia, na reuniãona tarde de hoje, os líderes partidários decidiram transformar em convites, osrequerimentos de convocação dos dois.Chinaglia informou que, inicialmente, os líderespensaram em fazer uma reunião com Meirelles e Mantega com o Colégio deLíderes, mas que também surgiu a proposta de fazer uma comissão geralpara que eles pudessem falar sobre a crise no Plenário da Câmara, com aparticipação de um grande número de deputados. Em relação às votações, Chinaglia lembrou que, alémdas três medidas provisórias e dos três projetos de lei com urgência constitucional que estãotrancando a pauta, já na próxima semana outras três MPs e um projeto delei com urgência também passarão a trancar a pauta. Com isso, serão seis MPs equatro projetos trancando a pauta de votações da Câmara. Segundo ele, afalta de acordo de procedimentos para votar essas matérias podeatrapalhar a votação de proposições de combate à crise econômica.Chinaglia admitiu que está havendo uma disputa política entre aliadosdo governo e da oposição, o que está dificultando as votações.Os líderes da oposição insistem para que o governoretire o pedido de urgência constitucional do projeto de lei, que cria oFundo Soberano. O projeto é um dos três que está trancando a pauta devotações. A oposição promete continuar dificultando a liberação dapauta até que seja retirada a urgência para esse projeto.“Fundo Soberano, agora, é irresponsável, descabido, éinconseqüente, nós não podemos discutir Fundo Soberano agora. A decisãocorreta é retirar a urgência e avançarmos rapidamente para a aprovaçãoda MP 442. Essa, sim, é importante para o país”, disse o líder do DEM,deputado Antônio Carlos Magalhães Neto (BA).Enquanto isso, os líderes dos partidos da basegovernista insistem que a criação do fundo é importante. “Consideramosque o fundo torna melhor a economia brasileira e, portanto, vamostrabalhar para votar o fundo o quanto antes. Esperamos que a oposiçãoreflua dessa posição e nos ajude a aprovar o fundo, inclusive comaperfeiçoamentos”, disse o líder do governo, deputado Henrique Fontana(PT-RS).