Petrobras vai buscar tecnologia de maior rentabilidade para explorar pré-sal, diz Estrella

01/09/2008 - 21h25

Nielmar de Oliveira*
Enviado Especial
Vitória (ES) - Odiretor da Exploração e Produção da Petrobras, Guilherme Estrella, afirmou hoje (1º), em Vitória (ES), que a estatal já tem atecnologia necessária para explorar o petróleo localizado na áreado pré-sal, mas que vai agora em busca de maior rentabilidade para o negócio.“Não hámais nenhuma barreira tecnológica para que possamos desenvolver a produção na áreado pré-sal. O nosso principal desafio agora é reduzir os custos, embora com atecnologia já disponível o petróleo a ser retirado seja viável economicamente”,disse o diretor.Estrellaesclareceu que “é sempre objetivo da companhia” buscar tecnologia novas quemaximizem o processo de produção, que “nos permita maior rentabilidade”.Ele confirmou para março do ano que vem o início dos Testes de Longa Duração doCampo de Tupi, o maior descoberto até agora pela companhia e que possuireservas estimadas entre 5 a8 bilhões de barris de óleo equivalente (petróleo e gás natural), embora sódeva obter ganho comercial em cinco ou seisanos.O executivo da estatal negou ainda que o pré-salvenha a levar a Petrobras a reduzir investimentos em outras áreas petrolíferas.“O pré-sal não vai levar a Petrobras a reduzir investimentos em outras áreas. Estamosdando prosseguimento ao nosso Plano de Investimentos, destinando recursos paraa recuperação dos campos maduros, para Urucu. Não há retração de investimentosem áreas em razão do pré-sal”, garantiu.As declarações do diretor de E&P da Petrobras foram dadas na Unidade de Negóciosdo Espírito Santo, um dia antes da cerimônia que vai marcar a extração doprimeiro óleo da camada pré-sal, no campo de Jubarte, na Bacia de Campos, no litoraldo Espírito Santo, e que contará com a presença do presidente Luiz Inácio Lulada Silva.Estrella estimou também que ogrosso do petróleo e do gás natural descoberto no pré-sal esteja mesmo na Baciade Santos. “São conclusões a que chegamos a partir de interpretações geológicasfeitas a partir do mapeamento da área. Esse mapeamento indica que na Bacia deCampos, por exemplo, o sal não está compacto como em Santos, é fragmentado por fendasnas rochas e provavelmente o óleo que estava embaixo dessa camada tenha migradopara mais perto da superfície”.Ele também informou que osmesmos dados de posse da companhia indicam que, provavelmente, as descobertasdo pré-sal não se constituem em um único campo, como se cogitou inicialmente."As interpretações geológicas são variáveis e essainformação nos leva a crer que os campos são separados uns dos outros. É provávelque não venha a se tratar e um grande campo petrolífero sob a espessa camada desal”, disse.