Demóstenes elogia rapidez do presidente ao afastar cúpula da Abin

01/09/2008 - 21h58

Iolando Lourenço
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A decisão dopresidente Luiz Inácio Lula de afastar os dirigentes daAgência Brasileira de Inteligência (Abin) em funçãodas denúncias de grampos clandestinos de telefone que captaramuma conversa do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), GilmarMendes, com o senador Demóstenes Torres (DEM-GO), alémde outras autoridades, foi elogiada pelo senador.“É umaprovidência inicial muito boa. O presidente esteve conosco hojee disse que era uma medida que ele cogitava e acho que ele acertou,porque embora não haja uma certeza sobre quem fez os grampos,há uma conotação grande de que a Abin estejadesviada há tempo de sua função”, disse osenador. “Acho que opresidente acertou. Tomou providência inicial que ao fim dainvestigação poderá ainda ser mais rigorosa”,acrescentou.O senador disse quegostou da decisão do presidente Lula pela rapidez que foitomada. “Muita gente fica cozinhando o galo, esperando a coisasumir, para depois demitir, ou forçar um pedido de demissão.O presidente atuou com rigor e mostrou que deseja investigar, atéporque muita gente suspeita de ser investigada [grampeada]está ali também no gabinete do presidente”, disse.De acordo com osenador, talvez o presidente Lula já tivesse outrasinformações ao longo do tempo sobre os gramposclandestinos. “Então essapode ter sido a gota d'água para a formação dasua convicção”, afirmou. Segundo DemóstenesTorres, é bom afastar todo mundo “até para que asprovas sejam evidenciadas e se acalme todo tipo de especulaçõesque vem sendo feitas em decorrência do caso”.O senador defendeu quetodos os Três Poderes criem os mecanismos efetivos para que aAbin volte a funcionar dentro da normalidade. “O Congresso Nacionalprecisa cumprir a Constituição e criar um controle dasatividades de inteligência. Não é só daAin, é da Polícia Federal, do Exército, daMarinha, da Aeronáutica, do Ministério Público eda Receita Federal. A Constituição manda o Congressofazer isso, mas o Congresso não teve a coragem suficiente paracriar a comissão”, afirmou.