Executivos de estatal venezuelana buscam parceria com empresas brasileiras

28/08/2008 - 21h35

Ivy Farias
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - Executivos da estatal de petróleo PDVSA estiveram na tarde de hoje (28) em São Paulo para discutir parcerias com empresários brasileiros do setor de máquinas para o projeto de expansão de negócios da Venezuela. “O norte deles agora é o sul”, brinca Carlos Pastoriza, diretor da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos, referindo-se às relações comerciais que os venezuelanos estão travando com os países da América Latina. “A prioridade deles não são mais países da Europa ou os Estados Unidos. As relações entre os nossos presidentes é muito boa, e o Brasil é a maior potência da América Latina”, completa. Durante o encontro, os empresários brasileiros e os executivos da estatal discutiram as possibilidades de negócios entre os dois países. “Queremos detectar as necessidades da Venezuela e fazer uma feira, levar nossos empresários até eles para oferecer nossos produtos e serviços”, explica Pastoriza. Segundo Eduardo Quintero, diretor da PDVSA Industrial, a idéia do governo venezuelano é criar empresas de sociedades mistas cujo capital seria público e privado. “Queremos atrair empresas para Venezuela oferecendo 60% do capital”, diz. Venezuelanos e brasileiros ainda não têm uma previsão do volume de negócios entre os países. “Seria uma especulação falar em números nesta fase preliminar”, pontua Quintero. Se ainda não há dados para os setores de gás e petróleo, no setor de alimentosas as negociações entre Brasil e Venezuela estão avançadas: só para 2008 serão quase 200 milhões de dólares em máquinas e equipamentos para produzir suco de laranja, pasteurizar leite, armazenar o pescado e outras funções para o setor. As estratégias dos executivos da estatal venezuelana fazem parte do projeto de nacionalização dos combustíveis e alimentos do presidente Hugo Chávez, que criou uma subsidiária da PDVSA para importar e distribuir alimentos no país- hoje, a Venezuela importa 80% dos alimentos que consome.