Delegados da PF dizem na CPI dos grampos que sigilo telefônico é frágil no país

20/08/2008 - 22h10

Lourenço Canuto
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A fragilidade no sigilode ligações telefônicas e a possibilidade devazamento de informações obtidas das companhiastelefônicas com autorização da Justiçaforam abordadas hoje (20) na Câmara Federal pelos delegados daPolícia Federal Alessandro Moretti e Marcílio Locrato. Elestrabalharam na Operação Ferreiro, que investigou o usode grampos telefônicos em Minas Gerais e em São Paulo.]O delegado Morettiafirmou que sempre tem condições de identificar aresponsabilidade de agentes que participam de operações,no que se refere a sigilo. No entanto, acrescentou, no caso do uso deinformações telefônicas não podia dizer omesmo em relação às operadoras de telefonia. Eleexemplificou que uma prova disso são as ligaçõesque os cidadãos recebem em casa, com diversos objetivos,provenientes de pessoas desconhecidas e de empresas.Ele contou o caso de umdetetive particular que ficou rico fazendo interceptaçõestelefônicas em São Paulo e que teve apreendidas umaFerrari e uma Mercedes Benz em sua casa. Os delegados falaram naComissão Parlamentar de Inquérito da CâmaraFederal que investiga os grampos telefônicos feitos de formailegal.O relator da CPI,deputado Nelson Pelegrino, acentuou que a participaçãode serviços terceirizados nas empresas telefônicastornam frágil a questão do sigilo telefônico. Odelegado Marcílio Locrato disse acreditar que nãohá segurança em ligações telefônicasem nenhuma parte do país, a julgar pela experiência queviveu nas investigações da OperaçãoFerreiro. Essa fragilidade permite também a instalaçãodas chamadas "maletas" para interceptaçãoclandestina de telefones.