CPI do Sistema Carcerário quer prorrogar seus trabalhos por mais 15 dias

25/06/2008 - 21h01

Roberta Lopes
Repórter da Agência Brasil
Brasília - AComissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Câmara dos Deputados sobre o Sistema Carcerário decidiuprorrogar, por mais quinze dias, os seus trabalhos. O requerimento para que acomissão tenha mais tempo para discutir e votar o relatório final seráencaminhado ao presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), que poderá ou não conceder esse novoprazo.Alémdisso, a comissão aprovou um outro requerimento, que pede a realização de uma diligênciano Mato Grosso do Sul, um dos estados que, segundo dados dacomissão, tem um dos dez piores sistemas carcerários do país. Opresidente da comissão, deputado Neucimar Fraga (PR-ES), disse que,apesar da aprovação do requerimento, pelo regimento ele não é obrigadoa marcar a data da diligência."O presidente da comissão tem aprerrogativa de marcar ou não a diligência. Nós vamos fazer uma reuniãointerna da comissão. Nós poderemos voltar ao Mato Grosso doSul, para confirmar e reafirmar todas as denúncias que estão relatadasno relatório final", explicou Fraga.   Orequerimento é de autoria de deputados do próprio estado e pede quesejam ouvidas autoridades do Mato Grosso do Sul, como os secretários de Justiça e de Segurança Pública.Norelatório final da CPI, o relator, deputado Domingos Dutra (PT-MA),pede ao Ministério Público do Mato Grosso do Sul o indiciamento de autoridades deMato Grosso do Sul, como o secretário de Segurança Pública, Wantuir Francisco Brasil Jacini.Odeputado Nelson Trad (PMDB-MS) considerou injusto o pedido deindiciamento de autoridades do estado ligadas ao sistema carcerário. "[O sistema carcerário do estado] é o melhor talvez do país, apesar do desgaste de ter a segunda maior população carcerária do Brasil", disse Trad. Tradfoi um dos três deputados de Mato Grosso do Sul incluídos na comissão,na noite de ontem. Os outros dois foram os deputados Geraldo Resende(PPS) e Waldir Neves (PSDB).Orelator da comissão considerou que a inclusão dos três foi uma manobrapara retirar do relatório final os indiciamentos no estado. "É sim umamanobra e não é a primeira vez que se substitui parlamentares em umaCPI. No caso de Mato Grosso do Sul, o que aconteceu é que eles foram  omissos,não foram nem substituídos , eles simplesmente durante a CPI nãoparticiparam e estão vindo aqui defender o corporativismo e amigos",  disse Dutra.Eledisse ainda que, mesmo com as pressões dos deputados de Mato Grosso doSul, ele não mudará o relatório final. "Nós selecionamos o que há depior porque nós entendemos que não dá para manter presos com porcos,não dá pra manter presos junto com lixo, com esgoto, com ratos",  declarou o relator da CPI.