Miguel Jorge reafirma que é contra nova contribuição para financiar a saúde

12/06/2008 - 22h11

Elaine Patricia Cruz, Luiz Voltolini, Vinicius Konchinski e Wellton Máximo
Repórteres da Agência Brasil
São Paulo e Brasília - O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior Miguel Jorge reforçou na tarde de hoje (12) sua posição contra a criação Contribuição Social para a Saúde (CSS).“Em princípio, como ministro do Desenvolvimento, deveria ser a favor de redução de impostos e não de aumento e essa é a posição que eu tenho”, disse o ministro, durante entrevista em coletiva, após participar de um debate sobre política industrial  promovido pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).A proposta de criação da CSS foi aprovada ontem (11) pela Câmara dos Deputados, mas ainda será votada pelo Senado.Segundo o ministro, a criação da CSS não deve atrapalhar a aprovação da reforma tributária. “Certamente, não deve ter nenhum efeito sobre a discussão da reforma tributária que se dá em outros patamares”, afirmou. Ao longo de todo odia, a aprovação da CSS foi o assunto do dia entreempresários e autoridades que estiveram em São Paulo.No Congresso da Indústria, promovido pela Federaçãodas Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), paradebater a reforma tributária e a Política deDesenvolvimento Produtivo, os participantes não pouparamcríticas à criação do novo tributo.O presidente da Fiesp,Paulo Skaff, disse que a entidade promoverá uma cruzada contraa aprovação da CSS no Senado. "A partir de hoje,vamos trabalhar fortemente no Senado. Estou confiante que essacontribuição morrerá rapidinho", afirmouSkaff. O empresárioJosé Gerdau Johanpetter, do Grupo Gerdau, classificou deabsurda a aprovação da CSS. "É um absurdo,já que o governo enviou ao Congresso um projeto de reformatributária que visa acabar com todas as contribuições",disse. Os senadores daoposição, Paulo Bornhausen (DEM-SC) e Athur Virgílio(PSDB-AM), também criticaram a proposta e disseram que amatéria não passará na Casa.Mas a CSS nãorecebeu só críticas. Depois de participar do 28ºCongresso e Exposição de Tecnologia da Informaçãodas Instituições Financeiras, promovido pela FederaçãoBrasileira de Bancos (Febraban), o ministro da Justiça, TarsoGenro, disse estar confiante da aprovação da CSS noSenado.Ele afirmou que acontribuição “não é inconstitucional,como alguns vêm afirmando. Evidentemente, na hora da votaçãono Senado, esse argumento será debatido também. Mas nãovejo nenhum problema e acho que os senadores tendem a aprovar”,afirmou o ministro.Já em Brasília,depois de reunir-se com o ministro da Fazenda Guido Mantega, oempresário Paulo Godoy, presidente da AssociaçãoBrasileira de Infra-Estrutura e Indústrias de Base (Abdib),afirmou que não concorda com mais um imposto que afetaráo setor produtivo de forma cumulativa. Entretanto, em sua avaliação,a aprovação da CSS não terá grandeimpacto, será um efeito mais "psicológico" doque técnico.