Petrobras terá fluxo de caixa para investir na camada do pré-sal, afirma Barbassa

05/06/2008 - 0h46

Nielmar de Oliveira
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - Mesmo admitindo que a produção crescente de petróleo e gás natural no país dê tranqüilidade a Petrobras, do ponto de vista do fluxo de caixa, o diretor Financeiro da Petrobras, Almir Barbassa, informou hoje (04), no Rio, que a estatal pode rever para cima a decisão constante do Plano de Negócios da companhia para o período 2008-2012 – que prevê captar no mercado externo cerca de US$ 20 bilhões nos próximos cinco anos.Ainda este ano a empresa, como já havia admitido o próprio Barbassa em entrevistas anteriores, pretende captar no mercado externo - “ou mesmo na Bolsa de Valores do país se as condições forem satisfatórias” – cerca de US$ 5 bilhões.Embora não tenha ainda fechado os números relativos aos investimentos que se farão necessários para dar prosseguimento aos trabalhos de prospecção, exploração e desenvolvimento da produção na camada do pré-sal, Almir Barbassa afirmou que esse crescente fluxo de caixa da companhia reduz a dependência da estatal de financiamentos do exterior.“O que eu tentei mostrar ali [na palestra feita aos executivos do Ibef] é que, com o crescimento da produção de petróleo, nós vamos ter, também, crescente fluxo de caixa como vinha acontecendo até o ano passado, quando nós estávamos praticamente ausentes do mercado. Nós certamente vamos voltar, como inclusive já anunciamos aí essa intenção de captar esse ano cerca de US$ 5 bilhões – mas não mais do que isto por enquanto”.O executivo ressaltou o fato de que o impacto dos investimentos que se farão necessários para desenvolver a camada pré-sal deverá ocorrer a partir de 2010. “O impacto do investimento, fruto dessas novas descobertas, ele acontecerá lá para 2012, 2011 - talvez 2010 já com mais intensidade. Mas até lá nós estaremos produzindo 3,5 milhões de barris por dia – é muita geração de caixa”.Barbassa disse que para o futuro a empresa será provavelmente uma tomadora de recursos do mercado, mas uma avaliação completa sobre o quanto será necessário captar – olhando para um futuro mais longo – ainda não está completa.O diretor Financeiro da Petrobras lembrou que a empresa ainda está trabalhando na revisão do Plano de Negócios para o período 2009-2013 – que deverá ser divulgado em setembro próximo -, admitindo que essa informação é muito importante não só para a empresa, mas também para o mercado. “Porque o mercado pode estar entendendo que com todos esses planos será necessário muito dinheiro. Só que eu também terei muito dinheiro. E há outros fatores que limitam a utilização de recursos. Não é só o financeiro. Se eu tivesse US$ 50 bilhões, eu poderia desenvolver todo o pré-sal em um ano? Não posso! Eu não tenho sondas, equipamentos. Tenho ainda que construir isso tudo, que isso leva tempo. E na medida que leva tempo, eu escalo isso no tempo, e a produção vai crescendo, e eu vou gerando mais caixa. E crio mais capacidade de investimento com financiamento interno da empresa”.