Setor sucroalcooleiro faz cair número de empregos com carteira assinada em abril

19/05/2008 - 22h28

Mylena Fiori
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O setor sucroalcooleirofoi o vilão e o mocinho da geração de empregosformais no país no mês de abril. As demissõespós-safra nos estados de Pernambuco e Alagoas se somaram àscontratações nas regiões Sul, Sudeste eCentro-oeste. O saldo registrado pelo Cadastro Geral de Empregados eDesempregados (Caged) do Ministério do Trabalho e Emprego foiuma queda de 7.469 vagas em relação a abril do anopassado, num total de 294.522 novas vagas com carteira assinada.“A indústriasucroalcooleira antecipou as contratações em janeiro efevereiro. Com a entressafra nessa regiões, houve a demissãodessas contratações antecipadas e isso deu um efeito nonúmero nacional, já que tivemos 25 estados da federaçãocom números fortes e positivos”, comentou o ministro doTrabalho, Carlos Lupi.No total, Alagoas perdeu 10.416 postosde trabalho e Pernambuco, 4.029 – únicas regiões dopaís com desempenho negativo no mês. Em contrapartida,apenas o cultivo de cana-de-açúcar representou 24.753novas contratações no estado de São Paulo, 3.360vagas no Paraná, 2.582 postos de trabalho no Mato Grosso e2.083 em Minas Gerais.Somados a outroscultivos em diferentes regiões, a agropecuária gerou38.627 empregos formais no mês de abril, pouco menos que os41.227 postos criados pelo setor em abril do ano passado. Noacumulado do ano, o setor abriu 87.343 novas vagas.Mas foi o setor deserviços que mais contribuiu para a contrataçãode novos assalariados com carteira assinada no mês passado.Segundo o Caged, o segmento respondeu pela geração de97.426 novos postos de trabalho, saldo recorde para o períodoe 0,84% acima de abril de 2007. Os ramos que mais contribuírampara o resultado foram serviços de comércio e deadministração de imóveis (35.073), serviçosde alojamento, alimentação, reparação emanutenção (23.992) e serviços de transportes ecomunicação (18.522).O segundo melhorresultado do mês de abril ficou com a indústria detransformação, responsável por 82.740 novosempregos formais - bem abaixo dos 103.763 registrados no mesmo mêsem 2007.Mais da metade (46.354vagas) foram na indústria de produtos alimentícios,mais uma vez devido às atividades relacionadas àsusinas de açúcar e à produção deálcool. De acordo com o ministro Carlos Lupi, a queda nacomparação com 2007, porém, também sedeve às demissões da indústria sucroalcooleira,reflexo das demissões pós-colheita.Outroreflexo da produção de álcool e a açúcaré a inversão da tendência de maior geraçãode emprego nas regiões metropolitanas. Em abril, foram criados89.724 empregos formais nas nove regiões metropolitanasanalisadas pelo Caged. Nos municípios do interior, o númerode novos postos de trabalho chegou a 151.837, com destaque para ointerior dos estados de São Paulo (101.472), Minas Gerais(24.153 e Paraná ( 19.034).Ainda na análisesetorial, o comércio gerou 34.733 postos em abril contra36.899 no mesmo mês em 2007. Na contramão dos demaissetores, a construção civil criou mais vagas do que nomesmo período do ano passado: 32.071 contra 30.887. Aadministração pública e o setor extrativomineral registraram desempenho recorde para o período - 5.251empregos formais e 2.068, respectivamente.