Presidente de Furnas diz que manterá oferta de menor preço nos próximos leilões

18/04/2008 - 21h31

Nielmar de Oliveira
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O presidente de Furnas Centrais Elétricas, Luiz Paulo Conde, afirmou hoje (18) que o consórcio formado pela subsidiária da Eletrobrás e a construtora Odebrecht vai manter a política de oferecer preço baixo na licitação para a construção da Usina de Jirau, a segunda do Complexo do Rio Madeira, em Rondônia.Na avaliação de Conde, as empresas em geral querem um retorno muito elevado para os empreendimentos hidrelétricos – em torno de 16% a 18% –, enquanto na Espanha o retorno médio é de 4%."Acho que é preciso sempre baixar o preço da energia comercializada, para que a economia cresça sem qualquer entrave e haja investimentos, necessários a novos empreendimentos. Não é possível que uma hidrelétrica tenha lucro de 18%. O ideal é esse lucro remunerar o custo e bancar investimentos futuros. Por isto mesmo nós vamos apresentar preço baixo na licitação de Jirau”, afirmou.Conde deu as declarações na sede da empresa, onde assinou Termo de Cooperação Técnica com o Ministério das Cidades e a Associação dos Municípios do Lago de Furnas (Alago). O acordo se destina à elaboração dos projetos para obras de saneamento básico nos 52 municípios da bacia hidrográfica do Lago, no estado de Minas Gerais.Com investimentos de R$ 4 milhões, a parceria atenderá a uma área de 24 quilômetros quadrados e beneficiará 1 milhão de pessoas na região. Na solenidade de assinatura, o diretor de Operação e Comercialização do Sistema Furnas, Fábio Resende, admitiu que a estatal não tem interesse em manter a comercialização da energia produzida pelas usinas nucleares de Angra 1 e Angra 2, no litoral sul fluminense.Segundo ele, a comercialização deverá ficar a cargo da Eletronuclear, também subsidiária da Eletrobrás e responsável pela operacionalização das duas unidades. Resende informou que atualmente Furnas compra por cerca de R$ 120 o megawatt/hora das duas usinas e é obrigada a vender por R$ 70."Essa diferença representa uma perda anual de centenas de milhões de reais para Furnas, o que vem acontecendo desde que o novo modelo do setor de energia foi implementado”, afirmou.