Vereador alega insegurança ao propor proibição do garupa em motocicletas

22/01/2008 - 22h13

Bruno Bocchini
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - O vereador Jooji Hato (PMDB) pretende colocar novamente em discussão, na Câmara Municipal de São Paulo, a proposta de proibição do tráfego de motocicletas com mais de uma pessoa.Hato apresentou a proposta em 2003. No mesmo ano, a Câmara aprovou o projeto, mas em 2004 a então prefeita de São Paulo, Marta Suplicy, vetou a proposta. Agora, Hato propõe que a Câmara coloque o veto em votação, em fevereiro. Se for aprovada a derrubada do veto, o projeto será sancionado sem a necessidade da aprovação do atual prefeito, Gilberto Kassab.A alegação do vereador é de que 62,5% dos assaltos conhecidos como “saída de banco” são realizados pela pessoa que vai na garupa da motocicleta. “Ela tem a moto, que é um veículo muito rápido, e tem um capacete que serve de máscara. A polícia não consegue pegar e tampouco as vítimas conseguem identificar”, diz. Ele destaca também que a pessoa que vai na garupa gera instabilidade no veículo e insegurança para os próprios motociclistas: “Sozinho, o piloto tem mais estabilidade. Para desviar de um buraco ou em uma derrapagem, são maiores as chances de escapar de um acidente sozinho do que com dois.”Indagado sobre as pessoas que compraram uma moto para transportar mais de uma pessoa e dependem da garupa, por exemplo, para chegar ao trabalho, Jooji Hato diz essas pessoas são minoria e normalmente transportam o garupa sem capacete. E sugere: “Põe a esposa dentro de um ônibus, de um táxi, de um carro, vai a pé, vai de bicicleta, vai de trem, vai de metrô. São Paulo tem um trânsito muito caótico, morrem três [motociclistas] por dia. Como médico, como vereador, eu aconselho a não arriscar o pescoço."