Operação Celeiro combate sonegação de impostos em comércio de grãos

18/12/2007 - 0h51

Kelly Oliveira
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A Operação Celeiro começou a desarticular hoje (18) um esquema criminoso que atuava no mercado de comercialização de cereais na região do Triângulo Mineiro, com ramificações nos estados de Tocantins, Goiás, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Distrito Federal e São Paulo. A operação é resultado de ação conjunta entre o Ministério Público de Minas Gerais, a Secretaria de Estado de Fazenda e a Polícia Militar, com apoio da Superintendência do Banco Central em Belo Horizonte.Segundo a assessoria de imprensa do Ministério Público, a chamada máfia dos grãos era composta por 75 empresas que atuavam no mercado de venda de cereais há pelo menos cinco anos, causando um prejuízo estimado pela Receita Estadual de R$ 400 milhões em sonegação do Imposto sobre Circulação de Bens e Serviços (ICMS). Além desse valor, estão inscritos em dívida ativa ou foram autuados outros R$ 347 milhões. As investigações tiveram início há mais de dois anos e o Ministério Público estadual denunciou 58 pessoas.No total, serão cumpridos 25 mandados de busca e apreensão e 18 de prisão preventiva. De acordo com o Ministério Público, o golpe consistia em comprar soja, milho e sorgo de produtores rurais de Minas Gerais e revender as mercadoria a grandes indústrias de Minas Gerais e de São Paulo. Para não pagar os tributos, as empresas atacadistas simulavam comprar esses mesmos produtos de empresas de fachada inscritas nos estados de Goiás, Mato Grosso, Tocantins, São Paulo e até no Distrito Federal, através de notas fiscais e créditos de ICMS frios.Segundo o Ministério Público, o grupo simulava a exportação de grãos e não passava pelos postos fiscais nas divisas de Minas Gerais, além de falsificar carimbos de repartições fazendárias. Com isso, reduziam ou até suprimiam o imposto que teriam que pagar ao estado, além de outros tributos. De acordo com a instituição, além dos integrantes do grupo, serão chamados para depor os produtores rurais, as indústrias e as granjas que, no momento de pagar seus impostos, abatiam os créditos recebidos das empresas envolvidas no esquema.