Mantega diz que população de baixa renda será a maior prejudicada com fim da CPMF

11/12/2007 - 0h47

Elaine Patricia Cruz
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - O ministro da Fazenda, Guido Mantega, voltou a dizer, na noite de ontem (10), que está confiante na aprovação da proposta que prorroga a Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF), prevista para ser votada quarta-feira (12) no Senado. Segundo o ministro, o maior prejudicado, se a proposta não for aprovada, será a população de baixa renda, já que "o acréscimo de recursos para a saúde será inviabilizado, e os investimentos para os programas sociais serão afetados"."Acredito que vai prevalecer o bom senso dos senadores. Todos sabem da importância da CPMF para a saúde, para a previdência e para o Bolsa Família. Quem será prejudicado sem a aprovação da CPMF é a população de baixa renda", afirmou o ministro, que participou da cerimônia de entrega de prêmios da revista Isto É aos Brasileiros do Ano. Mantega disse que, caso a CPMF não seja aprovada ainda neste ano, levará muito tempo para aprovar uma nova emenda à Constituição, causando um prejuízo "muito grande". "Não será [um prejuízo] de R$ 40 bilhões, mas poderá ser de R$ 30 bilhões, o suficiente para fazer um estrago no orçamento", afirmou.Ao conversar com os jornalistas, antes de participar da solenidade, o presidente interino do Senado, Tião Viana (PT-AC), ainda não havia sido informado sobre o adiamento da votação da CPMF de hoje (11) para amanhã (12). Viana afirmou que o Senado estava pronto para fazer a votação a partir das 16 horas de hoje e que, se dependesse dele, a matéria sobre o tributo seria votada nesta terça-feira. Viana também disse que esperava que a votação para a eleição do novo presidente do Senado ocorresse quarta-feira, embora considere "difícil a coincidência" de ser votada no mesmo dia da prorrogação da CPMF. "Ou se recorrerá pela obstrução do adiamento maior da CPMF ou o adiamento da eleição da Mesa", disse ele.Também participaram do evento o presidente da República em exercício José Alencar, os ministros Fernando Haddad, da Educação; Tarso Genro, da Justiça; Reinhold Stephanes, da Agricultura; Matilde Ribeiro, da Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial; e Márcio Fortes, das Cidades, além do ministro do Supremo Tribunal Federal Joaquim Barbosa, do prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, e do presidente da Câmara dos Deputados, Arlindo Chinaglia (PT-SP).